Paula Gama

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IA dedo-duro: carro inteligente monitora buracos e má sinalização nas vias

Nos últimos meses a inteligência artificial (IA) invadiu o nosso cotidiano. Quem não se deparou, nas redes sociais, com imagens ou textos criados por um robô?! Mas a tecnologia vai além dos posts da moda e já ajuda a tornar as cidades mais inteligentes.

Um exemplo é o "carro inteligente" que não anda sozinha, mas por meio sensores especiais e IA faz o reconhecimento e mapeamento das necessidades de manutenção das ruas, identificando em tempo real buracos, falta de sinalização, lixo em locais irregulares, entulho nas calçadas e até tampas de bueiro quebradas.

Em setembro de 2022, a cidade de Hortolândia, município do estado de São Paulo, implantou a tecnologia da Mapzer. De lá pra cá mais de 80% dos buracos detectados pelo serviço de fiscalização foram consertados com a realização da Operação Tapa-Buraco. No ano passado, em outubro, a cidade contava com mais de 12 mil buracos registrados nas ruas e avenidas. Em novembro, pouco mais de 5 mil.

Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos de Hortolândia, após o início da implantação do serviço, a dinâmica de trabalho se tornou mais otimizada com o desenvolvimento de novos planos estratégicos para a realização das operações.

"Hoje, as equipes já saem para as ruas com a ordem de serviço em mãos para cumprir o trabalho. A estratégia melhorou a ação já que a orientação chega detalhada até com o tipo de buraco em certa rua para a execução do trabalho com excelência", explica o secretário de Serviços Urbanos, Marcos Panício. Em média, são consertados de 100 a 120 buracos diariamente.

Já em Goiânia (GO) o número de buracos nas ruas caiu 33% em um mês após o uso do carro inteligente. Além disso, a inteligência artificial mapeou outros 20 tipos de ocorrência na cidade. De acordo com o levantamento, além dos buracos, os problemas que apresentaram maiores quedas foram as irregularidades em tampas de bueiro (28%), sinalização inexistente (21%), calçada irregular (13%) e lixo irregular (8%).

Gestão de cidade inteligente

Além do veículo, é possível usar um software de inteligência artificial para gerir a infraestrutura das cidades. "Um sistema de gestão é alimentado a cada 15 ou 30 dias com as principais ocorrências identificadas e cada departamento já pré-estabelecido recebe o que é relevante para que, em seguida, possa gerar uma ordem de serviço. Por se tratar de uma inteligência artificial, aproximadamente a cada dois meses, uma nova habilidade surge a partir da análise e junção de estatísticas", afirma Paulo Tumasz Junior, Gerente Comercial da Mapzer.

As tecnologias de inteligência artificial fazem a cobertura de 100% da área urbana de uma cidade, com prazos que variam de acordo com a especificidade de cada região: demanda, relevo, trânsito, dia da semana.

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Tumasz Junior explica que o sistema foi criado para que as gestões não dependam da reclamação de um cidadão, que percorre as ruas do município, para agir.

"Após realizar inúmeros chamados para resolução de defasagens urbanas percebi que um padrão acontecia e poderia ser mudado: se o aviso não partisse do cidadão, a gestão não tomava uma atitude. Ou seja, os problemas dos grandes centros urbanos, por uma série de questões, ficam sob a responsabilidade de comunicação da população que, quando liga para o canal de atendimento, já está com um nível de insatisfação elevado. A Mapzer quer inverter esse processo, tornando a gestão pública proativa. Este é o futuro quando pensamos em smart cities", finaliza.

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