Pode comer abacate todo dia? Estudos analisam resultados

O abacate parece ter mais a oferecer do que seus benefícios já conhecidos —fibras e ácidos graxos monoinsaturados (gorduras benéficas para o coração).

Um estudo, publicado em 2021 no periódico The Journal of Nutrition, mostrou que a fruta também aumentou a diversidade de bactérias boas no intestino de pessoas com sobrepeso e obesidade que a consumiram.

Para essa pesquisa, os participantes (163) foram analisados por 12 semanas e divididos em dois grupos: um comia abacate todo dia, outro, não. Após o período de avaliação, quem se alimentou da fruta diariamente teve maior abundância de bactérias capazes de fermentar fibras, fornecendo evidências de que este alimento rico em nutrientes afeta a fisiologia digestiva, bem como a composição e funções metabólicas da microbiota intestinal.

Agora, em janeiro de 2024, outro estudo também mostrou que o consumo diário de abacate melhora a qualidade da dieta. Publicada no periódico Current Developments in Nutrition, a pesquisa analisou 1.008 pessoas com obesidade abdominal por 26 semanas e constatou que a ingestão de um abacate por dia aumentou a adesão às Diretrizes Dietéticas para Americanos.

Comer abacate ajuda você a se sentir saciado, reduz a concentração de colesterol no sangue e influencia as bactérias intestinais. Sharon Thompson, uma das autoras do estudo de 2021

Mas precisa comer um abacate por dia?

Ambos os estudos têm falhas. No de 2021, os autores avisam que se basearam no consumo autorreferido de refeições e registros de ingestão alimentar, o que pode gerar falhas.

"Além disso, os participantes eram adultos com sobrepeso e obesidade, mas sem condições crônicas diagnosticadas por médico e, como tal, não podemos generalizar nossas descobertas para adultos com peso saudável ou indivíduos com doenças crônicas", dizem os autores.

Já no caso da pesquisa mais recente, por mais que o consumo diário da fruta fosse associado à uma melhora da dieta, ele não previu mudanças nos fatores de risco para doenças cardiometabólicas. "Mais pesquisas são necessárias para determinar a magnitude da melhoria da qualidade da dieta necessária para melhorar os fatores de risco dessas doenças, levando em consideração a qualidade basal da dieta", concluíram os cientistas.

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Também é bom ter cuidado com a monotonia alimentar. A longo prazo, o hábito gera deficiências de determinados nutrientes e excesso de outros. Para ter uma refeição de maior valor nutricional, no caso do abacate, vale alterná-lo com outras fontes de gorduras boas (oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas) e fibras, presentes em alimentos de origem vegetal.

*Com informações de reportagem de 16/12/2020

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