Dá para ter um bronzeamento saudável? Ou queimar a pele é sempre perigoso?

Queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e até câncer de pele. Todo mundo sabe que a exposição excessiva e sem proteção aos raios solares pode trazer diversos problemas.

Mas e quem deseja ter uma pele bronzeada? É possível conseguir isso de forma segura? Antes de respondermos isso, é preciso entender por que a nossa pele fica bronzeada...

Possuímos uma célula no corpo chamada melanócito, capaz de produzir um pigmento amarronzado, a melanina. "Ela é como um guarda-chuva que protege o núcleo da célula dos raios ultravioleta do sol, evitando que se torne cancerígena", diz Jéssica Guido, professora e coordenadora da disciplina de dermatologia do Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Portanto, o que chamamos de bronzeamento nada mais é do que uma defesa da pele à agressão causada pelos raios UV.

Dessa forma, fica mais fácil entender que a resposta para a pergunta principal dessa reportagem é:

Não existe bronzeamento seguro. Se há um escurecimento da pele, é porque algum grau de dano solar ocorreu.

Peles morenas não estão mais protegidas

Isso vale até mesmo para quem se bronzeia com facilidade. Existem peles que, com a exposição solar, ficam avermelhadas e outras, douradas.

Todos os tipos de pele sofrem os danos da exposição solar e precisam de um protetor com pelo menos FPS 30.

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Tomar sol apenas antes das 10h e depois das 16h também não garante um bronzeamento seguro.

Essa recomendação geralmente é feita pelos especialista porque, nesses horários, é menor a incidência dos raios ultravioleta B, principais causadores do câncer de pele. Mas os raios UVA também podem causar mutações nas células, e sua incidência é contínua ao longo do dia.

"Não existe um horário em que seja possível tomar sol sem proteção de forma segura ou conseguir um bronzeamento seguro", completa Guido.

Comer alimentos alaranjados ajuda?

Muita gente come cenoura e mamão na busca por um bronzeado perfeito e mais rápido, com menos dias de exposição solar.

Isso acontece porque esses alimentos contêm um pigmento chamado betacaroteno, antioxidante derivado da vitamina A. Por terem ação antioxidante, de certa forma, eles protegem as células. Porém, essa proteção não é suficiente para garantir a segurança na exposição solar sem proteção.

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Aposte nos autobronzeadores

Se ainda assim você quer se livrar do tom de pele "branco escritório" e quer ter um bronzeado, há uma solução segura: os autobronzeadores.

"Eles tingem a pele, como tinturas, mas não saem depois do primeiro banho. Permanecem na pele por mais algum tempo", diz Jade Cury, dermatologista do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) e vice-presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) regional São Paulo.

Vendidos em farmácia, são como hidratantes para espalhar pelo corpo e contêm uma substância que, em contato com a pele, gera a produção de um pigmento muito parecido com a melanina. Esse pigmento dá a cor à pele e é eliminado à medida que a pele se renova naturalmente. Ele não age sobre a melanina, não altera as células e não oferece risco de causar manchas dermatológicas nem câncer de pele.

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