Bob Marley teve câncer de pele sem relação com exposição solar; entenda

A vida e obra do cantor Bob Marley já pode ser rememorada nos cinemas brasileiros com o filme "Bob Marley: One Love", que ainda mostra shows e a convivência dele com amigos e família.

Um dos temas abordados no longa-metragem é a morte do artista, cercada por um mito: o óbito é erroneamente atribuído a uma unha encravada.

Marley tinha, na verdade, um tipo de câncer de pele que não está relacionado à exposição solar, principal causa da doença. O diagnóstico dele foi de melanoma lentiginoso acral.

A unha mencionada no mito não está totalmente fora da história. Acontece que, uma vez, o cantor lesionou a unha do dedão durante uma partida de futebol, mas o ferimento não se curou.

Mais tarde, descobriu-se que o machucado era, na verdade, uma manifestação do tumor, que se caracteriza por lesões nas palmas das mãos, dos pés e debaixo das unhas.

Esse tipo de câncer de pele é responsável por 2% a 10% dos melanomas. Ele surge independentemente da cor da pele, mas há maior incidência em pessoas de pele negra e pessoas asiáticas.

Causa do melanoma acral

O problema é basicamente uma questão genética, frequentemente com mutações no gene C-kit. Mas quanto antes for feito o diagnóstico, maior a chance de cura.

Por isso, é importante ficar atento nas extremidades do corpo, onde esse tipo de tumor costuma aparecer.

Continua após a publicidade

Bob Marley foi incentivado por médicos a amputador o dedo lesionado, mas ele rejeitou a indicação, pois acreditava que isso atrapalharia sua desenvoltura no palco. Além disso, dizia que a amputação ia contra sua religião, rastafári.

O cantor apenas removeu a unha e fez um enxerto com pele retirada da coxa. Ele continuou com os shows até que passou mal no Central Park, em Nova York. Ao ser levado ao hospital, foi constatado que o câncer tinha se espalhado.

Marley morreu em 11 de maio de 1981, aos 36 anos, devido à propagação do melanoma nos pulmões e no cérebro.

*Com informações de reportagem publicada em 11/01/2018, do Manual MSD e do Instituto Melanoma Brasil

Deixe seu comentário

Só para assinantes