BBB 24: Alane assusta Davi com barata; medo do brother pode ser fobia?

"Não brinca assim não, eu tenho medo, eu tenho pavor", disse Davi para Alane, na manhã desta quarta-feira (14), depois da participante tê-lo assustado ao fingir que jogou uma barata nele.

Não é a primeira vez que o brother conta que tem muito medo do inseto. Em outro momento, ele subiu na cama após avistar uma barata no quarto, enquanto pedia para Isabelle matá-la.

Nas redes sociais, algumas pessoas associaram o medo de Davi à catsaridafobia, um medo intenso de barata. Mas como diferenciar um simples medo natural de uma fobia?

Quando o medo se torna fobia

O medo é fundamental para a sobrevivência, e é através dele que podemos evitar situações de perigo, por exemplo.

"A pessoa localiza com alguma distância o objeto ou a situação de vulnerabilidade e tem um tempo, ainda que mínimo, para pensar num reposicionamento diante do que a ameaça", comenta a psicóloga Patrícia Bader, coordenadora do serviço de psicologia da Rede D'Or São Luiz, em São Paulo.

Reações desproporcionais ao perigo que estimula esse medo, no entanto, devem ser um alerta.

Sintomas físicos como tonturas, tremores, calafrios, tensão muscular, sudorese intensa e até mesmo taquicardia ou falta de ar podem ser um sinal de que o medo está se tornando fobia.

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Além disso, a fobia pode debilitar a vida social das pessoas, que passam a evitar qualquer possibilidade de exposição aos fatores que causam o medo.

"Enquanto o medo comum pode provocar uma resposta natural de proteção e defesa contra o inseto, o intenso pode provocar reações como um alto nível de ansiedade, sintomas físicos e dificuldade de reação diante do estímulo", conta a psicóloga da healthtech Vibe Saúde Angélica Lisboa Rodrigues. Nesses casos, vale destacar a importância da busca por apoio profissional.

Segundo Dalila Sousa de Castro, psicóloga clínica com especialização em TCC (terapia cognitivo-comportamental), de Lauro de Freitas (BA), as fobias geralmente são originadas na primeira infância, devido à imaturidade do cérebro, que ainda está em estágio de desenvolvimento, e à influência de fatores ambientais e genéticos.

Todavia, vale salientar que muitas pessoas passam por momentos desagradáveis, mas nem todas desenvolvem algum transtorno fóbico. Um medo pode passar a ser uma fobia quando ele ganha proporções maiores do que deveria, gerando não só bloqueios, mas também prejuízos na vida da pessoa.

O que é o medo?

O medo é o resultado de várias ativações cerebrais que se adaptaram para reagir ao perigo e promover mudanças comportamentais, cognitivas e fisiológicas, explica Osmar Henrique Della Torre, psiquiatra da Clínica Ollden e coordenador do Departamento Científico de Psiquiatria da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas).

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Entram em ação áreas cerebrais como:

a ínsula, relacionada à capacidade de prever o que poderá acontecer, que auxilia na antecipação às consequências que um evento poderá trazer;

o córtex cingulado anterior dorsal, que foca a atenção ao perigo, auxilia no aprendizado do medo e em comportamentos para evitar o estímulo nocivo;

o córtex pré-frontal dorsolateral, responsável por regular a emoção e a expressão das respostas fisiológicas do organismo e pela análise do ponto de vista cognitivo para enfrentar a situação em si, como pedir ajuda, correr etc.

Os sintomas do medo podem, no entanto, serem confundidos com os sintomas da fobia. São reações referentes ao medo:

  • Sensação de frio na barriga;
  • Sensação de mal-estar;
  • Sensação de falta de ar/sufocamento;
  • Tensão muscular;
  • Suores/tremores;
  • Taquicardia/palpitações elevadas;
  • Aperto no peito;
  • Sensação de urgência;
  • Contato com a possibilidade de finitude de si ou do outro;
  • Sensação de que algo ruim possa acontecer;
  • Sintomas elevados de angústia e ansiedade;
  • Tontura;
  • Náuseas.
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