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Em vídeo, jovem conta mais de 200 vapes de namorado; produto é menos ruim?

Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

De VivaBem, em São Paulo*

04/06/2023 15h02Atualizada em 05/06/2023 13h00

Uma jovem viralizou nos últimos dias em um post no Twitter com um vídeo contando todos os cigarros eletrônicos descartáveis, ou vapes, que o namorado usou e guardou.

Na conta da jovem, foram mais de 200 produtos, o que, segundo ela, teria custado mais de R$ 20 mil.

De fato, é só sair por aí e ir para um lugar onde tem gente jovem, que lá estarão eles, os vapes, que, vale relembrar, têm seu comércio proibido no Brasil pela Anvisa.

Mesmo assim, podem ser encontrados em qualquer bar e festa e são vendidos ilegalmente no comércio ou pela internet.

Apesar de possuírem uma quantidade menor de substâncias tóxicas do que os cigarros analógicos, os vapes não são inofensivos, tampouco "saudáveis" —embora a indústria por trás dele tente passar essa ideia. Aliás, usuários dos cigarros eletrônicos já relataram problemas sérios de saúde por causa do uso deles.

Recentemente, pesquisadores do Incor descobriram que os usuários de vape fumam o equivalente a mais de 20 cigarros por dia. Os resultados, ainda em análise para publicação em periódico, foram descobertos no Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, que é focado para pessoas que tentam abandonar o uso dos produtos.

Por acharem que os cigarros eletrônicos são inofensivos, muitos pais acabam permitindo que os adolescentes usem os produtos em festas ou até em casa, sem saber que isso pode levar seus filhos a se transformarem na nova geração de fumantes —além de sofrerem com diversos problemas de saúde.

O jovem precisa compreender que ele está com um dispositivo eletrônico na boca. Existem vários riscos à saúde e eles não se dão conta disso porque temos a indústria do tabaco dizendo que é um produto menos danoso. Então, a gente vai absorvendo essa ideia e normalizando o uso. Mas esse produto veio da indústria que mata mais da metade dos seus consumidores. Não podemos nos esquecer disso. Andréa Reis, pedagoga e chefe da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Inca (Instituto Nacional de Câncer) em entrevista a VivaBem em setembro de 2022

Veja alguns mitos e verdades sobre os vapes

MITO: AJUDA A PARAR DE FUMAR

Diversos estudos já mostraram que o cigarro eletrônico não trata o tabagismo —seria como trocar um tipo de cigarro por outro. De acordo com pesquisa do Inca, para quem não fuma, o efeito é justamente o contrário: uma porta de entrada para o tabagismo tradicional. Para quem deseja abandonar o cigarro comum há outras alternativas mais eficazes e menos nocivas, como adesivos e chicletes de nicotina.

MITO: O VAPOR É SOMENTE ÁGUA

A fumaça (vapor, aerossol) é, sim, prejudicial à saúde. As substâncias presentes no líquido inserido no produto são tóxicas e cancerígenas. O vapor inclui partículas ultrafinas, que desencadeiam processos inflamatórios pelo corpo e estão diretamente relacionadas com doenças cardiovasculares.

MITO: NÃO TEM NICOTINA

De acordo com os especialistas, a maioria dos e-líquidos possui uma quantidade de nicotina que, quanto mais inalada pela pessoa, mais dependência pode causar.

VERDADE: O PRODUTO PODE EXPLODIR NA BOCA

Já existem relatos de explosão da bateria de cigarros eletrônicos. Isso pode resultar em queimaduras graves, inclusive na garganta e no pulmão, segundo os médicos.

VERDADE: O CIGARRO ELETRÔNICO VICIA

Como a maioria dos e-líquidos possui nicotina, há maior risco de dependência da substância com o uso dos DEFs (como acontece com o cigarro comum).

O que o uso dos cigarros eletrônicos pode causar?

  • Dependência da nicotina
  • Problemas no coração, como infarto
  • Doenças pulmonares, como DPOC e bronquite
  • Desenvolvimento de câncer
  • Evali, doença relacionado ao fumo de dispositivos eletrônicos
  • Piorar sintomas da asma
  • Disfunção erétil
  • Lesões no pulmão a longo prazo
  • Entrada no tabagismo
  • Transtornos psicólogicos, como depressão e ansiedade

*Com informações de reportagens publicadas em 26/05/2023 e 29/09/2022.