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É verdade que sentir cheiros que ninguém sente é sinal de AVC?

[object Object] - Fernanda Garcia
[object Object] Imagem: Fernanda Garcia

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

28/02/2023 04h00

Sim, é verdade, apesar de ser muito raro como uma sequela do AVC. Chamado de fantosmia, esse sintoma ocorre porque, além do nariz, nosso corpo depende do cérebro para perceber odores. Então, quando a área afetada pelo AVC envolve o centro responsável pela percepção e codificação dos cheiros, pode ocorrer a fantosmia.

O AVC é um problema de saúde que acomete os vasos sanguíneos que levam o sangue ao nosso cérebro. Basicamente, existem dois tipos de AVC: hemorrágico e isquêmico.

  • Hemorrágico: ocorre quando um desses vasos sanguíneos se rompe.
  • Isquêmico: é o mais comum e ocorre quando há interrupção súbita do fluxo de sangue em alguma artéria cerebral. O tecido do cérebro que recebe os nutrientes desta artéria começa a sofrer e, com o tempo (minutos a horas), perde completamente a função. Para se ter uma ideia, a cada 1 minuto que aquela artéria fica "entupida", cerca de dois milhões de neurônios morrem. E esta morte de neurônios é irreversível.

É muito importante buscar imediatamente ajuda médica quando um dos sintomas do AVC aparece. E para saber quais são os sinais do problema, os especialistas indicam sempre se lembrar da sigla Samu:

  • S diz respeito à dificuldade que a pessoa pode ter ao sorrir;
  • A se refere à dificuldade que a pessoa pode ter em abraçar;
  • M lembra da dificuldade em cantar uma música;
  • U recorda a urgência com que o paciente com esses sinais deve ser atendido.

E além destes sintomas, também existem outros que merecem atenção, como:

  • Não sentir um dos lados do corpo;
  • Perda súbita da visão em um dos olhos;
  • Enxergar manchas escuras;
  • Subitamente perder a coordenação de um dos lados do corpo;
  • Vertigem, principalmente se for em pacientes sem histórico prévio de labirintite ou trauma recente na cabeça;
  • Visão dupla (enxergar dois objetos em um local que se tem apenas um item).

Ao notar os sintomas, é ideal chamar o Samu (telefone 192), pois os profissionais saberão exatamente para onde levar o paciente. Isso porque o hospital preparado para lidar com casos de AVC deve ter, no mínimo, a disponibilidade de fazer uma tomografia do crânio de emergência e, a partir daí, estabelecer o melhor tratamento, que tem como objetivo permitir que o sangue volte a circular nas áreas afetadas.

Essa terapia pode ser realizada com procedimentos cirúrgicos ou medicamentos. Sem esquecer que, se necessário, o paciente precisará passar um período em reabilitação com uma equipe multidisciplinar, que pode ser composta por fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, enfermagem e médico.

Fontes: Eduardo Berbigier, médico intensivista da UTI do Hospital Baía Sul, em Florianópolis, Fabrício Lima, neurologista e coordenador da Unidade de AVC do HGF (Hospital Geral de Fortaleza); Guilherme Torezani, coordenador da área de doenças cerebrovasculares do Hospital Icaraí, em Niterói (RJ) e coordenador da neurologia do Hospital e Clínica São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Quais são suas principais dúvidas sobre saúde do corpo e da mente? Mande um email para pergunteaovivabem@uol.com.br. Toda semana, os melhores especialistas respondem aqui no VivaBem.

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