Camarão é fonte de proteína e ômega 3; veja benefícios e riscos de consumo

Na praia como petisco ou em um prato mais sofisticado, o camarão é um alimento que se destaca pelo sabor e versatilidade. Assim como o caranguejo, o siri e a lagosta, ele é um crustáceo com valor nutricional relevante.

O camarão tem alto teor de proteínas, aminoácidos essenciais e de alta digestibilidade e baixo teor de gordura. Além disso, contém ômega 3, ômega 6 e nutrientes como cálcio, potássio, sódio, fósforo, ferro e zinco e vitaminas do complexo B.

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Cozido sem sal, sem casca e sem óleo, contém aproximadamente 80 kcal em 100 g. Portanto, não é considerado um alimento calórico. No entanto, quando é preparado com outros ingredientes, como leite de coco ou azeite de dendê, aumenta-se consideravelmente a quantidade de calorias.

Vale destacar que os valores nutricionais do camarão variam conforme seu habitat: condições de cultivo (como temperatura), composição da dieta e forma de armazenamento. Aqueles que são cultivados tendem a ter uma concentração mais baixa de ômega 3, por exemplo, quando comparados aos camarões capturados no mar.

A seguir, veja os principais benefícios de consumir camarão com mais frequência.

1. É fonte de proteínas

O camarão é um alimento com grande quantidade de proteínas: possui em torno de 17 g em 100 g. Por conta disso, o consumo contribui com a saciedade e também com a manutenção e ganho de massa muscular. E ajuda na síntese de alguns hormônios e na produção de enzimas importantes para o corpo.

2. Contém antioxidantes

O camarão tem um pigmento conhecido como astaxantina, que confere a coloração rosada. Trata-se de um carotenoide que apresenta atividade antioxidante, eliminando radicais livres, de forma a proteger as membranas celulares e os tecidos corporais contra danos causados pela oxidação. Com isso, contribui com a prevenção do envelhecimento precoce e doenças, como alguns tipos de câncer.

3. Benéfico para o coração

Por conter gorduras mono e poli-insaturada, o consumo de camarão proporciona muitos efeitos benéficos à saúde, como a redução do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

Os ômegas, por exemplo, atuam no controle dos triglicerídeos e do colesterol, reduzindo o chamado colesterol "ruim" (o LDL) e aumentando o colesterol "bom" (o HDL).

4. Contém ômega 3 e 6

5. Faz bem para o cérebro

Além dos ácidos graxos do tipo ômega 3, que melhora a memória e a concentração, a astaxantina também tem ação protetora dos neurônios. É sabido que os antioxidantes presentes no crustáceo têm propriedades anti-inflamatórias que previnem danos às células cerebrais. Com isso, diminui-se o risco de perda de memória e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

6. Fonte de iodo

O camarão também contém iodo, um mineral importante e do qual muitas pessoas são deficientes. Ele é necessário para o funcionamento adequado da tireoide, uma glândula que regula alguns hormônios. O crustáceo é considerado uma boa fonte do mineral porque absorve parte do iodo que está naturalmente presente na água do mar.

Cuidado com o risco de alergias

Você conhece alguém que tenha alergia a camarão? O crustáceo é considerado um dos alimentos que mais causam reações alérgicas.

A alergia ao camarão é caracterizada por uma resposta exacerbada do sistema imune mediada por um anticorpo. Isso acontece devido a uma proteína que o camarão possui, conhecida como tropomiosina.

Também ocorre por causa de algumas substâncias utilizadas na conservação dos camarões congelados, como o benzoato de sódio ou metabissulfito. Esses componentes provocam reação no sistema imunológico dos alérgicos, pois fazem com que uma substância, conhecida como histamina, seja liberada pelas células, provocando sintomas variados, podendo levar à morte, em casos extremos.

Geralmente, os sintomas são imediatos, sendo os mais comuns: placas vermelhas espalhadas pelo corpo, coceira, dor de barriga, sensação de mal-estar e edema (inchaço) nos lábios, na boca, na garganta e nos olhos. Se o edema for muito intenso, pode impedir a passagem de ar para as vias respiratórias (edema de glote), levando a sensação de asfixia. Dessa forma, os alérgicos a camarão não devem consumir o alimento.

Outras contraindicações

Por ser rico em sódio —cada 100 g de camarão cozido tem 366 mg—, ele deve ser consumido com atenção por quem tem hipertensão arterial.

É importante saber que os camarões são animais aquáticos filtradores e, assim, podem acumular microrganismos e metais pesados como chumbo, arsênio e mercúrio. Quando não armazenados e preparados adequadamente, podem ocasionar doenças como intoxicação.

Gestantes e crianças podem consumir camarão?

O consumo de camarão é considerado seguro na gravidez. Mas, como pode ser contaminado com muita facilidade por microrganismos, eles devem ser bem selecionados e preferencialmente consumidos frescos e muito bem cozidos.

Diferentemente dos peixes, o consumo de camarão não é indicado para crianças menores de um ano. Isso porque é um alimento que pode causar intoxicação.

Ao oferecer camarão a crianças mais velhas, é necessário observar sinais de alergia e considerar o histórico de alergia alimentar na família.

Como escolher

Quem decidiu preparar uma receita com camarão precisa se atentar na hora da compra do alimento. Ao escolher o camarão, devem ser observadas algumas características como: o aspecto geral precisa ser brilhante e úmido, corpo firme, carapaça e cabeça bem aderidas ao corpo, cor própria da espécie (não pode apresentar manchas negras ou alaranjadas) e o cheiro suave.

Ainda é importante considerar alguns aspectos higiênicos e sanitários do local de compra. Vale a pena se atentar se o manuseio é realizado de forma higiênica e se o armazenamento e refrigeração estão adequados.

Formas de consumo

O camarão é bastante versátil e pode ser consumido de diversas formas como em moquecas, ensopados e o famoso bobó. Além de acompanhar massas, risotos, saladas, recheios, caldos, entre outros.

O ideal é consumi-lo cozido ou grelhado, evitando, assim, a adição frequente de ingredientes calóricos e fontes de gordura saturada. Vale a pena adicionar gorduras de boa qualidade, como o azeite.

Fontes: Mariana Martins Magalhães, nutricionista, doutora em alimentos, nutrição e saúde pela UFBA (Universidade Federal da Bahia); Marcella Garcez, nutróloga, professora e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Fabiola Viana, nutricionista do Hospital São Camilo.

Referência: TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos).