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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Pocah é hospitalizada após segurar gases; é perigoso não soltar puns?

"Doía até a minha alma", contou a cantora - Reprodução/Instagram
"Doía até a minha alma", contou a cantora Imagem: Reprodução/Instagram

Sarah Alves

Do VivaBem, em São Paulo

15/03/2022 18h48

A cantora Pocah não escondeu uma situação inusitada que enfrentou recentemente: ela foi ao hospital após sentir fortes e, em vez do diagnóstico de cálculo renal ou apendicite, descobriu que eram gases. "Meninas, não tenham vergonha de peidar na frente do boy, porque vergonha mesmo é não deixar o boy dormir sentindo dor, ir pro hospital e o laudo ser: peido preso", contou em seu Twitter, na segunda-feira (14).

O alerta é válido. Segundo a médica coloproctologista Larissa Berbert, o acúmulo de gases pode causar fortes dores. "Quando seguramos voluntariamente, os gases se acumulam no intestino e vão causar distensão abdominal. O corpo vai querer mandar esse gás cada vez mais embora, causando contrações, que dão muita cólica", explica. Continuar segurando é uma "bola de neve", diz a médica, já que piora a dor e a distensão na barriga.

Pocah também contou que o problema começou após comer muito e pegar no sono usando um shorts jeans, que "comprimiu a barriga". "Acordei com uma dor bizarra, surreal, doía até a minha alma", disse em vídeos no Instagram. Neste caso, roupas sem elasticidade podem realmente pressionar o abdome e aumentar o estímulo de dor, indica Berbert, mestre em ciências da cirurgia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Cuidados com a alimentação

A alimentação é uma das principais responsáveis pelo excesso de gases, resultados da fermentação na microbiota intestinal (bactérias que habitam o intestino). "Elas vão se alimentar do que comemos. Cada pessoa tem um padrão de microbiota, como se fosse a sua impressão digital. Para conseguirmos absorver os nutrientes, esse processo precisa acontecer, e quando há excesso de gases é sinal de problema", alerta Berbert.

É o caso de intolerância ao glúten ou à lactose, má alimentação no geral e grande consumo de alimentos muito fermentadores, como alguns carboidratos. Isso induz a produção de gases, como metano e hidrogênio, que se acumulam no intestino e trazem a sensação de estufamento.

Por isso, o tratamento normalmente inclui remédios para controlar a dor e aliviar os gases, mas é necessário investigar as causas. É uma forma de rastrear eventuais problemas do organismo e na alimentação, além de evitar que isso volte a acontecer.

Pode segurar o cocô?

Os quadros de gases são comuns, mas é preciso ter atenção, sobretudo se é um costume também evitar fazer cocô. "Normalmente, as duas coisas vêm juntas, porque a pessoa que não vai ao banheiro na hora certa tem distensão e aumento dos gases", observa a coloproctologista. A longo prazo, no entanto, segurar as fezes é mais grave, já que pode levar à constipação crônica, precisando de fisioterapia para reestabelecer a coordenação ao evacuar.