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Para que serve e quais os riscos do Lexotan, que general Heleno diz tomar?

Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

15/12/2021 13h12Atualizada em 15/12/2021 14h23

Nesta terça-feira, um áudio vazado expõe o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), fazendo duros ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro, que é um dos aliados mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro (PL), diz que tem tomado Lexotan "na veia" diariamente e, assim, não levar o chefe do Executivo a "uma atitude mais drástica". O áudio foi divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, do site "Metrópoles".

Embora a referência ao remédio pode ter sido dita em sentido não literal, a droga citada pelo ministro é bastante usada. Lexotan é o nome comercial de um medicamento cujo princípio ativo é o bromazepam.

Conforme explica Patricia Moriel, farmacêutica e professora na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o bromazepam é uma droga da classe dos ansiolíticos (os mais utilizados desta classe são os benzodiazepínicos, que é o caso do Lexotan). Eles são conhecidos como calmantes ou tranquilizantes e comumente utilizados no tratamento de ansiedade.

"Os ansiolíticos são vendidos com receitas especiais (ele é tarja preta), somente por profissionais preparados e autorizados, porque podem causar dependência física e mental", alerta Moriel.

Em quais situações esse medicamento deve ser usado?

"Uso adjuvante no tratamento de ansiedade e agitação associados a transtornos psiquiátricos, como transtornos do humor e esquizofrenia. Além de contribuir na sedação, redução da tensão muscular e indução do sono. Os benzodiazepínicos são indicados apenas quando o transtorno submete o indivíduo a extremo desconforto, é grave ou incapacitante", diz Moriel.

Quais os riscos do uso prolongado?

O uso de benzodiazepínicos e agentes similares pode levar ao desenvolvimento de dependência física e psicológica desses fármacos.

"O risco de dependência aumenta de acordo com a dose e a duração do tratamento. Além disso, é maior em pacientes com antecedentes de abuso de álcool ou drogas", indica a farmacêutica

Quais são os possíveis efeitos colaterais do Lexotan?

Seus efeitos colaterais podem ser problemas de memória, tontura, a diminuição de atividade psicomotora, sonolência, dores de cabeça e dificuldade de concentração.

Como é a ação do remédio no organismo?

"Os ansiolíticos são considerados um depressor do sistema nervoso central, ou seja diminuem a atividade do cérebro, deixando o organismo mais lento. Os benzodiazepínicos agem ao se ligar com um receptor chamado GABA, que atua nos neurônios causando hiperpolarização, o que diminui sua capacidade de excitação", explica a professora.

Qual é a via de administração do Lexotan?

O bromazepan, indica Moriel, existe na forma de comprimidos, cápsula de liberação lenta e solução oral, portanto sua via de administração é oral. Há outros ansiolíticos injetáveis, como o diazepam.

Quais são as contraindicações de uso do Lexotan?

  • Hipersensibilidade conhecida aos benzodiazepínicos ou a qualquer excipiente do produto;
  • Insuficiência respiratória grave;
  • Insuficiência hepática grave, uma vez que benzodiazepínicos podem desencadear encefalopatia hepática;
  • Síndrome de apneia do sono.