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7 coisas para saber sobre a vacina Sputnik Light

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Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

18/08/2021 15h35

Desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, de Moscou (que faz parte do Ministério da Saúde da Rússia), a vacina Sputnik V foi o primeiro imunizante contra o novo coronavírus a ser registrado no mundo, em agosto de 2020 —um movimento que foi bastante criticado à época, já que os dados dos estudos de fase 1 e 2 não foram divulgados antes do sinal verde para o uso.

Em maio de 2021, o governo russo anunciou que autorizaria o uso da Sputnik Light —que nada mais é que a aplicação apenas da primeira dose do imunizante.

Embora já esteja sendo usada em 12 países (incluindo Venezuela e Nicarágua), a Sputnik Light —assim como a Sputnik V —ainda precisam ser aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Conheça mais sobre as características da vacina Sputnik Light:

1. Tecnologia de "vetor viral"

Também chamada de Gam-COVID-Vac, a Sputnik Light utiliza a tecnologia chamada de vetor viral não replicante. Nela, é utilizado um outro "vírus vivo", mas debilitado, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde.

No caso da Sputnik V, são usados dois subtipos de adenovírus humano: o sorotipo 26 (Ad26) na primeira dose e o sorotipo 5 (Ad5) na segunda dose. A Sputnik Light, portanto, utiliza apenas o primeiro sorotipo, já que o regime de aplicação é de dose única.

Nessa tecnologia, o adenovírus é modificado por meio de engenharia genética para passar a carregar em si as instruções para a produção da proteína S do Sars-CoV-2. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o invasor e cria uma resposta protetora contra uma infecção.

2. Dose única

Assim como o imunizante da Janssen, a Sputnik Light prevê uma única aplicação, o que seria suficiente para estimular o corpo a produzir anticorpos de forma satisfatória.

Vale lembrar que, assim como qualquer vacina, após a aplicação, o corpo precisa de cerca de 15 dias para produzir uma resposta imune adequada.

3. Eficácia acima dos 70%

Em maio deste ano, quando a Sputnik Light foi aprovada para uso, o Russian Direct Investment Fund (RDIF), responsável por promover a vacina, divulgou que uma dose do imunizante conferia 79,4% de proteção após 28 dias da aplicação. O fundo ainda afirmou que "a eficácia de quase 80% é maior do que muitas vacinas de duas doses."

Em agosto, o RDIF afirmou que os dados da vacinação em massa no Paraguai eram suficientes para declarar que a eficácia do imunizante poderia chegar a 93,5%. As informações foram colhidas analisando dados de mais de 320 mil indivíduos que receberam a vacina.

4. Proteção contra variantes ainda não é conhecida

Em julho, o Instituto Gamaleya divulgou que a Sputnik V era eficaz contra a variante Delta, uma das mais agressivas e que se espalha rapidamente pelo mundo atualmente por sua alta transmissibilidade. A vacina também é efetiva para barrar a infecção pelas variantes B.1.1.7 (Alpha, identificada incialmente no Reino Unido), B.1.351 (Beta, encontrada inicialmente na África do Sul), P1 (Gamma, original de Manaus) e mais duas variantes endêmicas na Rússia.

No entanto, ainda não há dados sobre a eficácia da Sputnik Light frente às variantes, especialmente a Delta. Especialistas, no entanto, acreditam que a eficácia pode ser menor, já que estudos feitos com a vacina de Oxford/AstraZeneca (que utiliza a mesma plataforma de vetor viral não replicante) indicam que uma única dose pode ser menos efetiva contra a infecção pela variante.

Em um dos estudos, publicado no The New England Journal of Medicine, em que os pesquisadores analisaram cenários com indivíduos que receberam apenas uma dose, duas doses ou nenhuma da vacina de Oxford/AstraZeneca ou da Pfizer. No caso de quem recebeu apenas uma aplicação, a eficácia do imunizante britânico diante da variante Delta foi significativamente menor.

5. Armazenamento em refrigeradores comuns

De acordo com o governo russo, tanto a Sptunik Light como a Sptunik V podem ser armazenadas em refrigeradores comuns a temperaturas entre 2 e 8°C.

6. Efeitos colaterais comuns são considerados leves

Dor leve no local da aplicação, dor de cabeça, febre, fadiga e dores musculares são reações adversas que podem surgir após a aplicação da vacina, de acordo com o laboratório.

Ainda de acordo com RDIF, não há casos relatados de efeitos adversos graves após a aplicação. Também não existem relatos de casos de trombose venosa cerebral(TVC), síndrome de Guillain-Barré ou miocardite e pericardite em indivíduos que receberam o imunizante.

7. Grávidas e lactantes têm aval para serem imunizadas

Embora ainda existam poucos dados a respeito da segurança na aplicação de grávidas e lactantes, o Ministério da Saúde russo autorizou o uso nesse grupo, desde que os benefícios sejam considerados maiores do que os possíveis riscos para a saúde da mãe e do bebê.