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7 coisas para saber sobre a vacina da Pfizer/Biontech

Vacina da Pfizer/Biontech possui tecnologia de RNA-mensageiro - DeFodi Images/Colaborador Getty Images
Vacina da Pfizer/Biontech possui tecnologia de RNA-mensageiro Imagem: DeFodi Images/Colaborador Getty Images

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

17/05/2021 15h53Atualizada em 15/06/2021 11h07

Na última sexta-feira (14), o governo federal anunciou a compra de mais um lote de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech, que devem ser entregues entre setembro e dezembro de 2021.

O novo acordo garante um total de 200 milhões de doses do imunizante até o fim do ano. Em abril, as primeiras remessas começaram a chegar ao País.

Testada em 43,5 mil pessoas de seis países (incluindo Brasil), a vacina é uma aposta segura para a imunização da população contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Aqui estão são algumas de suas principais características:

1. Tecnologia RNA-mensageiro

A vacina da Pfizer usa a tecnologia chamada de mRNA ou RNA-mensageiro, que usa a engenharia genética para fazer a replicação de sequências de RNA para fabricar o imunizante.

Diferente de outras vacinas, não há a necessidade de cultivar grandes quantidades de vírus para usá-los como matéria-prima, o que torna o processo mais barato e mais rápido.

No caso da vacina da Pfizer, o RNA mensageiro mimetiza a proteína spike do vírus Sars-CoV-2, que o auxilia a invadir as células humanas. Essa "cópia", no entanto, não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo.

2. Eficácia alta

A terceira fase de testes da vacina da Pfizer foi anunciada em novembro de 2020. O estudo divulgado mostra conclusão da terceira fase de testes: a vacina não apenas é segura como ainda apresenta 95% de eficácia.

Em outro estudo, a vacina da Pfizer se mostrou capaz de reduzir o risco de casos graves da covid-19 já a partir da primeira dose em indivíduos com 70 anos ou mais. A análise de mundo real foi feita pela PHE (Public Health England).

Os dados mostram que, quatro semanas após a aplicação da primeira dose da vacina, a prevenção a casos sintomáticos variou de 57% a 61% no caso do imunizante da Pfizer.

Uma outra análise, publicada no periódico The Lancet e realizada com profissionais de saúde do maior hospital de Israel, a primeira dose da vacina mostrou-se 85% eficaz duas a quatro semanas após sua administração.

3. Resistente às variantes

Em fevereiro, um estudo publicado na revista científica Nature Medicine mostrou que a vacina da Pfizer foi capaz de neutralizar, em laboratório, três variantes do novo coronavírus que apareceram no Reino Unido e na África do Sul — consideradas ainda mais transmissíveis que a cepa original e apontadas como grandes obstáculos ao controle da pandemia.

Em outra análise, publicado na revista científica New England Journal of Medicine, o imunizante também foi capaz de neutralizar uma variante P.1, identificada pela primeira vez em Manaus e considerada altamente contagiosa. Atualmente, a cepa é uma das mais prevalentes em todo o território nacional.

4. Armazenamento em freezer especial

A vacina da Pfizer precisa ser estocada a -75ºC, o que acabou se tornando um desafio de logística para muitos países.

O motivo pelo qual o imunizante precisa de temperaturas tão baixas é a sensibilidade da molécula de RNA, que só se mantém estável e efetiva nas condições de congelamento.

No início do ano, no entanto, a farmacêutica apresentou um trabalho ao FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos), órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos, afirmando que a vacina poderia ser armazenada em freezers e refrigeradores farmacêuticos em temperaturas de -25ºC a -15ºC por até duas semanas.

5. Poucos efeitos colaterais

As reações mais comuns após a aplicação da vacina da Pfizer são dor de cabeça, fadiga e febre, além de dor no local da aplicação— comuns também em outras vacinas.

Alguns poucos pacientes (entre centenas de milhares), no entanto, apresentaram forte reação alérgica imediatamente após a injeção. Um paciente nos EUA e dois britânicos chegaram a sofrer o chamado choque anafilático, associado à vermelhidão da pele e à falta de ar. Como estes indivíduos não tinham nenhuma doença anterior nem alergias conhecidas, as autoridades britânicas advertiram pessoas alérgicas contra a vacinação.

Por fim, o comitê de segurança farmacológica da EMA (agência regulatória europeia) também afirmou que existe "uma possibilidade razoável" de associação causal entre a vacina produzida pela Pfizer e casos de edema facial em pessoas que possuem preenchedores dérmicos (substâncias macias semelhantes a gel injetadas sob a pele).

O efeito adverso, estatisticamente raro, é previsto nesse tipo de tratamento estético. Conhecido como edema tardio recorrente, é resultado de uma inflamação provocada quando substâncias como ácido hialurônico e PMA (polimetacrilato) são usadas em preenchimento facial ou labial. Não se aplica ao botox, por exemplo.

6. Segura para grávidas

Divulgado recentemente, um estudo preliminar realizado por pesquisadores do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, mostrou que a vacina da Pfizer não gera risco para gestantes.

Um total de 35.691 mulheres, com idades entre 16 a 54 anos, participou do estudo. O grupo foi vacinado durante a gestação ou momentos antes de engravidar.

"Além da vacinação proteger as mulheres contra a covid-19 e suas complicações durante a gravidez, evidências emergentes mostraram a transferência transplacentária de anticorpos da síndrome respiratória aguda grave coronavírus (SARS-CoV-2) após a vacinação materna com covid-19 durante o terceiro trimestre, o que sugere que a vacinação materna pode fornecer algum nível de proteção ao recém-nascido", apontou o estudo.

No Brasil, após recomendação da Anvisa, apenas a vacina da Pfizer e a Coronavac estão liberadas para gestantes.

7. Liberada para adolescentes

No início de maio, o FDA americano autorizou o uso da vacina da Pfizer/BioNTech em adolescentes de 12 a 15 anos.

De acordo com a autoridade, foi realizada uma revisão rigorosa e completa de todos os dados disponíveis da vacina. A avaliação concluiu que os benefícios do imunizante para pessoas com 12 anos ou mais superam os riscos associados à aplicação do produto.