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15 das 39 cidades da Grande SP adiantaram vacinação em relação ao estado

Vacinação contra a covid-19 na UBS Jardim Guanabara, zona oeste de São Paulo - Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo
Vacinação contra a covid-19 na UBS Jardim Guanabara, zona oeste de São Paulo Imagem: Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

29/06/2021 04h00Atualizada em 29/06/2021 08h56

Pelo menos 15 dos 39 municípios da Grande São Paulo estão com o calendário de vacinação adiantado em relação ao estado e já imunizam pessoas abaixo dos 42 anos. Outras quatro cidades, incluindo a capital, deverão receber novas doses hoje para se alinhar ao novo calendário da gestão João Doria (PSDB).

A região mais populosa do estado, que concentra quase metade dos moradores, é exemplo do descompasso dos municípios em relação ao novo calendário proposto no PEI (Programa Estadual de Imunização). As cidades adiantadas falam em excesso de doses —mas uma delas adiantou tanto as datas que teve de paralisar a vacinação.

O estado diz que entregará 750 mil doses hoje e pede que o cronograma sugerido seja seguido.

De acordo com o calendário estadual, a faixa etária de 40 a 42 anos só deverá ser iniciada amanhã (30) no estado, com espaçamento até 15 de julho, quando começam as faixas de 35 a 39 anos.

Pelo menos 15 cidades, no entanto, já assumiram essas faixas etárias desde a semana passada. Uma delas, Francisco Morato, já adentrou na casa dos 30 anos. Veja como estavam até ontem, em ordem alfabética:

  • Biritiba Mirim: 40 anos
  • Cotia: 40 anos
  • Diadema: 40 anos
  • Embu: 40 anos
  • Embu-Guaçu: 40 anos
  • Francisco Morato: 39 anos
  • Franco da Rocha: 40 anos
  • Jandira: 40 anos
  • Mairiporã: 40 anos
  • Mauá: 40 anos
  • Poá: 42 anos
  • Ribeirão Pires: 41 anos
  • São Bernardo do Campo: 40 anos
  • São Lourenço da Serra: 40 anos (paralisado)
  • Vargem Grande Paulista: 40 anos

Ao UOL, os municípios falam em sobra de vacinas. A prefeitura de Jandira afirmou que "o planejamento na aplicação das doses permitiu este avanço" até 40 anos, à frente do estado.

Já a Prefeitura de Ribeirão Pires atribui o adianto para os 41 anos por não ter usado "a estratégia da 'xepa' [aplicação das doses que sobraram nos frascos]" para outras faixas etárias.

Franco da Rocha também disse conseguir adiantar o calendário com "as sobras de primeira dose de todos os grupos anteriores ao público de 43 anos" e garantiu ter reservada suficiente para a segunda dose.

Em alguns casos, no entanto, esse adiantamento criou buracos no cronograma. A pequena São Lourenço da Serra conseguiu adiantar a vacinação até 40 anos em quase duas semanas. Desde a semana passada, no entanto, a imunização está suspensa na cidade, dependendo da chegada de novas doses para a retomada.

O UOL procurou a prefeitura, mas não teve resposta até a última atualização deste texto. A reportagem procurou todos os municípios com calendários divergentes e os que responderam tiveram as respostas publicadas.

Outras 20 cidades estão conseguindo acompanhar o PEI e já vacinam pessoas com 43 anos.

À espera das doses

Na outra ponta, pelo menos três cidades da região estão no limite do recebimento de doses para não ter o calendário atrasado em relação ao governo do estado. Além da capital, Osasco, São Caetano do Sul e Suzano ainda não chegaram aos 43 anos.

São Paulo inicia hoje a vacinação de pessoas com 44 e 45 anos. Para evitar uma paralisação por falta de doses, como ocorreu na semana passada, a cidade adotou o escalonamento por faixas etárias. A cidade deverá conseguir alcançar o calendário estadual, ao vacinar os moradores com 42 e 43 anos entre amanhã e quinta (1º).

Ao UOL, o secretário Edson Aparecido afirmou que o calendário está sendo montado de forma "escalonada e realista", mas rejeita outra paralisação e diz que a cidade irá "cumprir o calendário de vacinar todos com mais de 18 anos até 15 de setembro", como propõe o estado.

A Prefeitura de São Caetano diz estar vacinando de 44 anos para cima e aguarda a chegada de novas doses para abrir novas faixas. Suzano, que atualmente imuniza moradores de 45 e 46 anos, deverá pular para os 43 e 44 anos amanhã. A partir de quinta (1º), pretende adentrar na faixa de 42 anos e, na sexta (2), de 40 anos para cima.

Já Osasco, que também vacina de 45 para cima, não dá a mesma previsão e diz que segue neste grupo "até o recebimento da grade complementar para seguir para a próxima faixa etária [43 a 44 anos]". A prefeitura afirma, no entanto, que não haverá paralisação.

Estado distribuirá 750 mil doses hoje

O governo de São Paulo, responsável por repassar as doses do Ministério da Saúde, diz que distribuirá hoje 750 mil doses em todo o estado "para o avanço da campanha nos públicos de 40 a 42 anos".

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 264 mil delas vão para a capital. "Com essas doses, o município poderá prosseguir com a campanha e começar a imunização do público de 42 anos nesta quarta-feira", diz a SES.

No final de noite, deverão chegar ainda mais 1 milhão de doses de CoronaVac a serem repassadas ao PNI (Programa Nacional de Imunização). O estado fica com cerca de 226 mil delas.

"À medida que o Ministério da Saúde encaminha mais doses para o estado, a pasta estadual abastece os municípios. Importante salientar que as doses da vacina da Pfizer e da Janssen que desembarcaram no Brasil na semana passada ainda não chegaram no estado de São Paulo", declarou a pasta.

É preciso seguir o PEI, diz coordenadora

Segundo a coordenadora do PEI, Regiane de Paula, se os municípios seguirem o PEI, não haverá falta de doses. Para ela, a paralisação como ocorrida na capital é vista como "caso isolado".

"A recomendação segue a mesma. A organização do PEI é voltada para cada grupo. Nós enviamos a quantidade de vacinas referente ao grupo aberto e à população. Se o município adianta por conta própria, sabe-se lá como, não temos como garantir [que não faltarão doses]", afirmou a coordenadora do PEI, em conversa com a imprensa no fim da semana passada.

Sobre a paralisação na capital, ela disse que se trata de um caso "pontual e isolado" e, com o recebimento frequente de novas doses, não deverá se repetir.