Dar prêmio para vacinação reflete falhas em campanha no Brasil, diz Vecina

O ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto disse hoje, em participação ao UOL News, que a distribuição de prêmios para incentivar a vacinação contra a covid-19 reflete as falhas de comunicação na campanha brasileira de imunização.

Ontem, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciou que vai sortear prêmios para incentivar a população a tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. Dino não deu mais detalhes sobre como a ação vai acontecer, nem quais serão os prêmios que ficarão disponíveis para serem sorteados.

"É a tal da criatividade brasileira entrando em campo quando todo o resto falhou. Brasil tem a maior campanha de vacinação do mundo [no sentido de cobertura de todas as vacinas], mas isso se faz com comunicação. Quem está falando de vacina hoje? Só a imprensa. Ainda bem que sobrou a imprensa, se não ninguém estaria falando, disse.

Relacionadas

Anvisa autoriza importação excepcional da vacina Sputnik V por 7 estados

Butantan entrega mais 1 milhão de doses da CoronaVac; envios já somam 50 mi

Rio vacina profissionais do ensino superior e técnico contra a covid-19

Segundo Gonzalo Vecina, falta investimento para a campanha da vacinação contra a covid-19 e governadores e prefeitos precisam se engajar na comunicação diante do que chama de omissão do governo federal.

O que o Flávio Dino está fazendo é fantástico, só que todos os governadores e prefeitos teriam que estar fazendo alguma coisa porque o governo federal se omitiu
Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa

Um dos gargalos recentes no processo de imunização do país é a falta de comparecimento dos brasileiros para receberem a segunda aplicação do imunizante.

De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde repassados ao UOL, até o dia 9 de junho, cerca de 4,4 milhões de pessoas que receberam a primeira dose não procuraram os postos de vacinação para receber a segunda.