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MT: Mestre brasileiro de fisiculturismo morre aos 67 anos de covid-19

O treinador de artes marciais e fisiculturista Edson Ogawa, de 67 anos, morreu ontem em Rondonópolis (MT) após 16 dias na UTI - Reprodução/Arquivo Pessoal
O treinador de artes marciais e fisiculturista Edson Ogawa, de 67 anos, morreu ontem em Rondonópolis (MT) após 16 dias na UTI Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal

Marcus Rocha

Colaboração para o UOL

08/06/2021 17h19Atualizada em 11/06/2021 11h51

O treinador de artes marciais e fisiculturista Edson Ogawa, de 67 anos, morreu ontem em Rondonópolis (MT), por complicações da covid-19.

Nome importante da história da luta livre no Brasil, ele venceu 47 competições nacionais de hipertrofia e foi professor do atleta de MMA internacional Evangelista Cyborg.

"Ele é como se fosse um pai pra mim. Ele me introduziu dentro do MMA. Um ser humano que me ajudou muito. Eu tenho muita admiração por ele. Sou muito grato por ter contribuído para eu chegar onde cheguei. É muito triste perder ele", declarou Cyborg ao UOL.

Ogawa, que era conhecido pelo apelido de 'o mestre', ficou 16 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas acabou não resistindo. Segundo as informações de amigos próximos, ele foi internado no dia 22 de maio com sintomas da covid-19.

Na ocasião, ele havia tomado a primeira dose da vacina Astrazeneca.

O quadro se agravou e ele precisou ser entubado. Durante o período crítico um dos rins do fisiculturista teria começado a falhar.

"Nos últimos dias ele chegou até ter uma melhora. Tiraram a sedação dele e chegaram a extubar. No dia que retirada do tubo ele não reagiu bem, chegou a ficar agressivo. Tiveram que sedar e entubar ele de novo. Voltaram com os medicamentos e o coração dele não resistiu. Ele teve uma parada cardíaca ontem", contou Gentil Júnior, aluno de Ogawa, ao UOL.

O lutador, inicialmente internado em um hospital particular, foi transferido e passou os últimos dias na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, com 60% do pulmão comprometido. Nesse mesmo hospital, estão internadas em estado grave a filha dele e a mulher, que está entubada.

Ogawa foi o primeiro empresário a abrir uma academia de artes marciais em Rondonópolis. A notícia de sua morte foi recebida com muita tristeza e comoção por quem conhecia de perto o trabalho do ex-lutador e treinador.

"A notícia veio como um baque para mim. O 'japonês' foi como pai para mim quando cheguei em sua academia aos 16 anos. Ele me ensinou tudo e com passar dos anos começamos a treinar juntos. Quando morei sozinho, várias vezes ele me levou para jantar na casa dele após o treino. É muito difícil aceitar isso", contou Gentil, aluno dele.

Ogawa nasceu em Pirajuí, no interior de São Paulo. O esportista coleciona títulos dentro da área de fisiculturismo no país. Ganhou o primeiro lugar em campeonatos pelo Brasil 45 vezes e foi vice em outras duas.

Ele foi decacampeão paulista de Braço de Ferro de 1980 a 1988 e tricampeão mato-grossense em 1993, 1994 e 1995, quando encerrou a carreira, que havia começado aos 14 anos.