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Estudo: como o sono afeta pessoas em eventos estressantes e positivos

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Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo

16/09/2020 17h01

Estar com muito sono deixa as pessoas mais dispersas e pode ser muito ruim. Em um estudo recente, feito por pesquisadores da Universidade of British Columbia, no Canadá, cientistas resolveram investigar como dormir mal pode afetar a reação das pessoas no dia a dia. O estudo foi publicado no periódico Health Psychology.

"Descobrimos que quando uma pessoa dorme menos do que o normal, ela não tem tanto impulso nas emoções benéficas de seus eventos positivos", disse Nancy Sin, uma das autoras do estudo.

Durante a pesquisa, os voluntários relataram também uma série de eventos estressantes do dia a dia, que incluíam discussões, tensões sociais, estresse no trabalho e na família. De acordo com os pesquisadores, quando as pessoas dormiam menos do que o normal, elas reagiam a esses eventos estressantes com uma perda maior de emoções positivas, provocando implicações na saúde.

Segundo Sin, pesquisas anteriores mostram que ser incapaz de manter emoções positivas em face do estresse coloca as pessoas em risco de inflamação e até morte precoce.

Como o estudo foi feito

O trabalho científico foi feito com duas mil pessoas que foram submetidas a experimentos para ver a duração do sono e como elas respondiam a situações negativas e positivas do dia anterior.

Os participantes relataram suas experiências e a quantidade de sono que tiveram na noite passada em entrevistas telefônicas diárias durante oito dias.

"A diretriz recomendada para uma boa noite de sono é de pelo menos sete horas, mas um em cada três adultos não atende a esse padrão", afirma a pesquisadora. Sin ressaltou ainda que um grande número de pesquisas mostrou que o sono inadequado aumenta o risco de transtornos mentais, condições crônicas de saúde e morte prematura.

A cientista acrescenta ainda que pesquisas anteriores sugerem que pessoas com problemas de saúde são mais mais reativas quando enfrentam situações estressantes, possivelmente devido ao desgaste dos sistemas de estresse fisiológico. "Meu estudo acrescenta a essa evidência, mostrando que mesmo pequenas oscilações noturnas na duração noturna podem ter consequência em como as pessoas respondem aos eventos em suas vidas diárias", finaliza.

Como dormir mais rápido e melhor

Ao deitar, faça uma automassagem nos ombros, pescoço, orelhas e por toda a face, promovendo relaxamento muscular.
Em seguida, acalme os fluxos de pensamentos dando atenção a sua respiração rápido.

Com o corpo relaxado, realize o escaneamento corporal, mentalmente leve a atenção ao topo da cabeça e vá descendo em todas as partes do corpo: rosto, pescoço, braços, mãos, tronco, órgãos genitais, pernas e pés.

Vá para a cama apenas quando estiver com sono, evitando ficar fazendo planejamentos ou pensando em coisas que causam preocupação.
Invista em colchão e travesseiros adequados. E a roupa de dormir também deve ser leve, folgada e de um tecido que garanta conforto, como o algodão.

Além de não se expor aos aparelhos eletrônicos antes de dormir, vale usar utilizar aplicativos como f.lux (iPhone) e Twilight (Android).
Coloque uma música suave para ajudar a relaxar, mas um som que não tenha modulações, ou seja, que não varie entre alto e baixo, mas mantenha uma vibração uniforme.

Imagens com movimento bem sutis, quase estáticas, também podem ajudar: água em fluxo, chuva, folhas balançando ou peixes no mar.

Ler é outra dica, mas aposte em textos neutros que não induzem ao raciocínio. Poemas, mensagens positivas e romances leves são os mais indicados. Nada de Agatha Christie para o momento de dormir.

Há ainda meditações para a indução do sono, com modulação da voz, marcação suave e sem pausas longas. A fala mantém um padrão homogêneo garantindo essa sensação de relaxamento.

*Com informações de matéria publicada em 02/03/2020.