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Coronavírus: Madonna testa positivo para anticorpos; teste rápido funciona?

Cantora não deu detalhes se sentiu algum sintoma ou se ficou assintomática -  Kevin Mazur/Getty Images
Cantora não deu detalhes se sentiu algum sintoma ou se ficou assintomática Imagem: Kevin Mazur/Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

01/05/2020 12h39

Em um vídeo no Instagram, Madonna disse que fez um teste rápido e que o resultado deu positivo. "Fiz um teste no outro dia. E descobri que tenho os anticorpos. Então, amanhã vou apenas dar uma volta longa em um carro, vou abrir a janela e respirar, vou respirar no ar de covid-19. Espero que o sol esteja brilhando", disse.

Diferentes do PCR, teste que busca material genético do vírus nas células e demanda insumos laboratoriais importados e mão de obra qualificada, os kits rápidos procuram por anticorpos no sangue. O teste que a cantora deve ter feito "caça" IgM e IgG, anticorpos produzidos pelo corpo após o contato com o Sars-CoV-2.

O IgM começa a ser produzido entre cinco e sete dias após a infecção pelo vírus. Já o IgG é um anticorpo mais específico que permanece circulando mesmo após o fim da fase aguda, indicando que a pessoa está, teoricamente, protegida de futuras infecções.

Ainda não se sabe se o corpo fica imune após o primeiro contato com o coronavírus. Em uma entrevista à BBC, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) disse que "como se trata de um novo vírus, e sobre o qual ainda aprendemos mais todos os dias, no momento, não podemos dizer com certeza absoluta que uma pessoa infectada com o vírus não pode se infectar novamente."

Precisão é questionada

No UOL Debate de terça-feira (28), especialistas colocaram em dúvida a eficácia dos testes rápidos. O médico sanitarista e professor da Faculdade de Medicina da USP Gonzalo Vecina Neto comparou os kits com jogar cara ou coroa. "Melhor jogar cara ou coroa que é mais barato", disse.

Com preços que variam entre R$ 250 e R$ 350, os testes rápidos têm tido problemas com a precisão. Alguns lotes enviados para a Europa mostraram uma qualidade duvidosa. A Espanha, por exemplo, recusou a aplicação por conta da falta de precisão —que girava em torno dos 30% quando deveria ser de 80%. Além disso, muitas empresas chinesas que estão comercializando os testes rápidos não possuem licença de operação com o governo chinês, o que aumentaria as chances de produtos defeituosos serem vendidos.

"Além disso, não existe uma padronização na taxa de precisão desse produto, já que cada empresa apresenta seu método e estudos de comprovação e, por conta da situação de emergência que vivemos, não houve tempo hábil para fazer essa checagem de forma independente", diz Celso Granato*, infectologista da rede de laboratórios Fleury.

Especialistas acreditam que a sensibilidade ao teste com o sangue, em média, pode variar entre 50% e 60%, especialmente nos pacientes que desenvolvem sintomas considerados leves —e que teriam menos quantidade de anticorpos sendo produzidos.

Ricardo Nicolau, diretor do Hospital de Campanha de Manaus, disse no debate que "os testes rápidos não têm eficácia [porque dá] muito falso negativo e só apresenta diagnóstico na fase aguda da doença". O Labi Exames, no entanto, afirma que conseguiu atingir uma sensibilidade de 100% ao realizar o exame rápido por meio da sorologia em laboratório.

De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), atualmente existem pelo menos 19 tipos de teste autorizados no Brasil para a detecção de anticorpos do novo coronavírus.

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*Fonte entrevistada em matéria do dia 08/04/20