Anestesia geral durante cesárea aumenta chances de depressão pós-parto
Resumo da notícia
- O uso de anestesia geral em mulheres durante o parto cesárea mostrou um risco aumentado de 54% para desenvolver depressão pós-parto
- Os pesquisadores acreditam que o uso dessa anestesia impede a interação com o bebê imediatamente, além de oferecer uma recuperação mais dolorida
- O uso de anestesia geral em partos não é comum, geralmente sendo reservada para casos de emergência médica
Um estudo realizado pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que receber anestesia geral durante o parte cesárea está ligado ao aumento das chances da mãe desenvolver depressão pós-parto na forma severa, com necessidade de internação por conta de pensamentos suicidas e automutilação. As descobertas foram publicadas no periódico Anesthesia and Analgesia.
De acordo com os pesquisadores, este é o primeiro material que avalia a ligação entre o uso da anestesia geral em partos cesárea e o risco de depressão pós-parto, bem como a possibilidade de haver um "efeito protetor" da anestesia raquidiana (a mais comum para esse tipo de procedimento e que mantém a mãe consciente, mas sem dor) na saúde mental das mulheres.
Os estudiosos que realizaram o estudo acreditam que esse resultado deriva do fato de que a anestesia geral impede que a mãe inicie a interação com o bebê, além de resultar com grande frequência em uma recuperação mais dolorida.
Como o estudo foi feito?
- Os pesquisadores analisaram registros de alta hospitalar de partos cesárea nos hospitais do estado de Nova York entre 2006 e 2013;
- Dos 428.204 casos analisados na amostra, 34.356, ou 8%, receberam anestesia geral;
- Depressão pós-parto severa foi diagnosticada em 3% das pacientes;
- Em comparação com a anestesia regional (tipo a raquidiana), a anestesia geral foi associada a um aumento de 54% no risco de desenvolver a doença;
- Em relação a desenvolver pensamentos suicidas e automutilação, o risco aumentado foi de 91%.
Por que isso é importante?
Embora a anestesia geral durante o parto seja um recurso utilizado apenas para situações de emergência ou quando a mãe tem algum tipo de condição que impeça a punção lombar (a forma utilizada para aplicar a anestesia raquidiana), não há evidências de que ela seja necessária para melhorar as chances do bebê nascer bem.
Por outro lado, dizem os pesquisadores, há inúmeras evidências de que o uso desse tipo de anestesia tenha consequências sérias para a mãe. Ou seja, é importante que os médicos utilizem o recurso apenas quando não existir outra alternativa.
Eles recomendam, ainda, que, se a mulher for submetida à anestesia geral no parto, ela seja acompanhada e aconselhada pelo hospital e por seu médico de confiança nos dias posteriores ao nascimento do bebê.
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