Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Estudo indica 5 alimentos que garantem uma vida mais longa

Alimentação rica em flavonoides pode ser a chave para uma vida mais longa - iStock
Alimentação rica em flavonoides pode ser a chave para uma vida mais longa Imagem: iStock

Danielle Sanches

do VivaBem, em São Paulo

13/08/2019 14h01

Resumo da notícia

  • Cientistas analisaram a dieta de dinamarqueses e notaram que o consumo de alimentos ricos em flavonoides reduziu o risco de câncer e doenças cardíacas
  • O estudo ainda verificou que a proteção dos flavonoides seria forte também em pessoas propensas a desenvolver essas doenças
  • Flavonoides são substâncias presentes principalmente em alimentos vegetais e que melhoram a circulação do corpo
  • De acordo com os médicos, 500 miligramas de flavonoides por dia seriam suficientes para garantir o efeito protetivo

O alto consumo de flavonoides, substâncias encontradas principalmente em uma dieta baseada em vegetais, é o segredo de uma vida mais longa, de acordo com um novo estudo publicado no periódico Nature Communications.

A pesquisa, realizada por médicos da Edith Cowan University's School of Medical Sciences, na Austrália, revelou que pessoas que habitualmente consomem doses moderadas a altas de alimentos ricos em flavonoides --como maçã e chá -- eram menos propensos a morrer de câncer ou doenças cardíacas.

O estudo mostrou que o efeito protetivo dos flavonoides pareceu ser mais forte para aqueles que já possuem maior risco de doenças crônicas por fumarem ou ingerirem bebida alcoólica em excesso.

Os médicos estipularam que era necessário a ingestão de cerca de 500 miligramas de flavonoides diariamente para conseguir os efeitos protetivos. Isso seria possível, de acordo com os especialistas, ao ingerir todos os dias a seguinte combinação: uma xícara de chá, uma maçã, uma laranja, 100 gramas de mirtilo e 100 gramas de brócolis.

Como o estudo foi feito:

  • Os cientistas analisaram os dados de mais de 56 mil dinamarqueses cadastrados no Danish Diet, Cancer and Health, um abrangente banco de dados da Dinamarca que visa estudar a relação entre hábitos alimentares, estilo de vida e o aparecimento do câncer.
  • Os dados do banco foram colhidos entre 1993 e 1997, quando participantes entre 50 e 65 anos foram recrutados para participar do banco de dados.
  • Os médicos cruzaram dados envolvendo a dieta alimentar, hábitos de vida e a causa da morte dos participantes, dados que foram colhidos ao longo de cerca de 23 anos de acompanhamento do banco de dados.
  • O resultado da análise revelou que aqueles que possuíam o hábito de ingerir alimentos ricos em flavonoides estavam menos propensos a morrer de câncer ou de doenças cardíacas.
  • O efeito protetivo parecia fazer efeito especialmente em quem já tinha alto risco de desenvolver doenças crônicas, como fumantes e pessoas com alto consumo de bebida alcoólica.

E agora?

A descoberta é importante pois destaca o potencial de prevenir o câncer e as doenças cardíacas ao estimular o consumo de alimentos ricos em flavonoides, particularmente entre pessoas com risco de doenças crônicas.

Embora ainda necessite de mais estudos para entender melhor os efeitos protetivos no organismo, os flavonoides são conhecidos por seu efeito anti-inflamatório e por melhorar o funcionamento dos vasos sanguíneos, o que explicaria por que eles são associados à diminuição no risco de desenvolver câncer e doenças cardíacas.

Porém, os médicos ressaltam que mesmo o consumo correto de flavonoides não anula os malefícios do fumo e do álcool para o organismo. Ou seja: mesmo mantendo uma dieta rica na substância, é necessário manter bons hábitos, reduzindo a dose de drinques por dia e cortando o cigarro da rotina.

De acordo com os médicos que lideraram o estudo, o próximo passo da pesquisa é olhar com mais atenção para quais tipos de câncer e doenças cardíacas estão mais propensas a serem evitadas pelo consumo de flavonoides.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado, os médicos estipularam que era necessário a ingestão diária de cerca de 500 miligramas de flavonoides e não de 500 gramas. A informação já foi corrigida no texto.