Bactérias podem ser nova base para tratamento de constipação intestinal
Bactérias geneticamente modificadas estão se mostrando promissoras como um novo tratamento para a constipação intestinal. A descoberta, publicada no periódico Cell Host & Microbe, foi feita por pesquisadores do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, após um estudo com camundongos.
“Durante décadas, pessoas com constipação foram frequentemente aconselhadas a mudar suas dietas, mas isso não funciona universalmente porque todos são únicos em termos de genes e microbiomas (comunidade de bactérias encontrada no estômago e nos intestinos)” diz o autor do estudo Purna Kashyap.
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Entretanto, as bactérias geneticamente modificadas no estudo da Mayo produziram grandes quantidades da triptamina química, que ajuda a comida a passar pelos intestinos com menos efeitos colaterais do que outras drogas de constipação. “Descobrimos que a triptamina pode ativar um receptor no intestino do rato que aumenta a secreção de fluido a partir do revestimento do cólon. Isso acelera o movimento de alimentos no sistema digestivo", diz Kashyap.
Segundo os cientistas, a triptamina produzida se degrada rapidamente no intestino e não parece aumentar na corrente sanguínea. Isso reduz o risco de efeitos colaterais fora do trato gastrointestinal. Outros medicamentos para o mesmo problema costumam afetar diferentes áreas do corpo, incluindo o coração. "Nosso objetivo com esta pesquisa é encontrar tratamentos que atuem apenas no trato gastrointestinal sem criar problemas em outras partes do organismo", explica Kashyap.
Os resultados também são importantes para o estudo de distúrbios gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável. Agora, os pesquisadores pretendem fazer, em até três anos, testes em seres humanos.
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