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Covid-19: o que se sabe sobre a nova subvariante BQ.1 da ômicron

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Imagem: iStock

10/11/2022 09h05

Subvariante já causou a primeira morte no Brasil. Ela tem um escape maior da proteção de vacinas e deve responder por 80% das infecções pelo coronavírus na Europa até o início de 2023.

O surgimento de mais uma subvariante da ômicron confirma o que especialistas e órgãos de saúde já alertavam: a pandemia de covid-19 ainda não acabou e a mutação do coronavírus é mais rápida do que o processo de atualização das vacinas.

A BQ.1 surgiu a partir da subvariante BA.5 e está entre as mais de 300 sublinhagens da variante ômicron que circulam no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BQ.1 já foi detectada em 65 países. No Brasil, ao menos cinco estados já registram casos da subvariante: São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Amazonas.

Nesta terça-feira (09/11) foi confirmada a primeira morte associada à nova subvariante BQ.1 no país. A vítima é uma mulher de 72 anos que apresentava comorbidades e ficou sete dias internada em um hospital em São Paulo.

Maior poder de escape

A subvariante BQ.1 contém mutações genéticas na proteína de superfície spike que dificultam o reconhecimento e a neutralização do vírus pelo sistema imunológico. Isso faz com que as pessoas se infectem com mais facilidade, apesar da imunidade gerada pela vacina e por infecções anteriores.

Segundo a OMS, essas mutações teriam conferido uma vantagem à BQ.1 em comparação a outras sublinhagens e, por isso, ela está se espalhando com certa rapidez na Europa e nos Estados Unidos.

Com base no conhecimento disponível, a proteção gerada pelas vacinas (tanto as monovalentes quanto as bivalentes) pode ser reduzida, mas ainda não há dados epidemiológicos que sugiram um agravamento nos sintomas da doença.

Subvariante avança nos EUA e na Europa

Em outubro, a subvariante BQ.1 já correspondia a 27% dos casos de covid-19 nos Estados Unidos.

Na Europa, ela será responsável por mais de 50% das infecções por Sars-Cov-2 até meados de novembro e início de dezembro, estima o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. Até o início de 2023, esse número deve chegar a 80%.

Com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, o Sars-Cov-2 e o vírus da gripe devem circular ao mesmo tempo, aumentando o risco para as pessoas mais vulneráveis.

"Já estamos vendo um aumento generalizado no número de mortos e de casos de covid-19 na Europa, bem como um aumento das hospitalizações de pessoas com mais de 65 anos", afirmou Marco Cavaleri, responsável pela Estratégia de Vacinação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Vacina contra novas variantes ainda sem previsão no Brasil

Ainda não há estimativa de quando imunizantes para as novas variantes devem chegar ao Brasil. No final de setembro, a Pfizer apresentou à Anvisa o segundo pedido de autorização temporária de uso emergencial para uma nova versão de sua vacina bivalente, já aprovada na Europa. O primeiro pedido já havia sido feito no dia 19 de agosto.

A vacina bivalente contém uma mistura de cepas do vírus Sars-Cov-2 e confere uma maior proteção frente à variante ômicron se comparada à sua versão monovalente, a vacina Comirnaty.

Uma vez recebido o pedido de autorização de uso emergencial, a Anvisa tem 30 dias para concluir sua avaliação. Este prazo é interrompido sempre que for necessária a solicitação à empresa de complementação de informações ou esclarecimentos sobre os dados de qualidade, de eficácia e de segurança apresentados.

Até o momento, 171.611.150 brasileiros estão totalmente imunizados após tomar a segunda dose ou a dose única de vacinas, o que corresponde a 79,88% da população do país. A dose de reforço já foi aplicada em 48,97% da população. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (07/11) a partir de um levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa que acompanha a covid-19. O balanço é baseado em estatísticas divulgadas pelas secretarias estaduais da Saúde.