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EUA autoriza tratamento com plasma sanguíneo para pacientes com covid-19

Tratamento com plasma visa permitir que os pacientes eliminem o novo coronavírus mais rapidamente e limitar danos ao organismo - Mehmet Emin Menguarslan / Anadolu Agency
Tratamento com plasma visa permitir que os pacientes eliminem o novo coronavírus mais rapidamente e limitar danos ao organismo Imagem: Mehmet Emin Menguarslan / Anadolu Agency

24/08/2020 07h54

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo a autorização para transfundir com urgência plasma sanguíneo de pessoas curadas do coronavírus para pacientes hospitalizados, tratamento amplamente utilizado nos Estados Unidos.

Poucos minutos antes do início da entrevista coletiva do presidente, a agência antidrogas dos Estados Unidos (FDA) havia anunciado que daria essa autorização, que é de sua responsabilidade e não do chefe de Estado.

Criticado por sua gestão à nova pandemia de coronavírus, Trump busca uma mudança de posição, confiando nos avanços terapêuticos, mesmo que nenhum tratamento ou vacinas efetivas sejam esperados antes da eleição presidencial de 3 de novembro.

A transfusão desse plasma, que contém anticorpos, visa permitir que os pacientes eliminem o vírus mais rapidamente e limitar os danos ao organismo.

Embora o tratamento já tenha dado resultados, sua eficácia ainda é debatida e há risco de efeitos colaterais e transmissão de agentes infecciosos.

O presidente classificou o anúncio como um "avanço histórico" no tratamento da COVID-19, que provavelmente "salvará um número considerável de vidas".

A FDA já autorizou a transfusão de plasma de pessoas recuperadas do coronavírus sob certas condições, como parte de testes clínicos ou para pacientes em circunstâncias desesperadoras.

Mais de 70.000 pacientes já receberam uma transfusão de plasma retirado de pessoas em convalescença, segundo o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar.

A autorização emitida no domingo permitirá ampliar a população de pacientes passíveis de receber uma transfusão.

Azar disse que os primeiros resultados mostraram uma taxa de sobrevivência 35% maior para pacientes com COVID-19 que receberam transfusão do que aqueles que não receberam.

No entanto, em seu anúncio no domingo, o FDA lembrou que, no momento, não há evidência formal de que o uso de plasma seja eficaz.

"O plasma convalescente provavelmente funciona, embora isso deva ser confirmado por ensaios clínicos, mas não como um tratamento de emergência para pacientes gravemente enfermos", disse Len Horovitz, um residente do Hospital Lenox Hill em Nova York.

Segundo ele, seria mais eficaz se fosse administrado quando surgissem os primeiros sinais da doença, o que não ocorre hoje.

Trump pediu às pessoas recuperadas do coronavírus que doem seu plasma por meio de uma plataforma nacional online.

O tratamento com plasma já foi autorizado na França, na Áustria, na Suíça, em Cuba e na China.

A empresa polonesa de biotecnologia, Biomed Lublin, anunciou nesta semana o lançamento da primeira fase de produção de um medicamento contra o COVID-19 baseado em plasma de crianças que já superaram a doença.

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