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Victor Machado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Quer se alimentar melhor? Tratar seu corpo com carinho é o primeiro passo

ljubaphoto/iStock
Imagem: ljubaphoto/iStock

Colunista do UOL

30/08/2021 04h00

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A insatisfação corporal tem sido cada vez mais comum na sociedade atual devido a pressão para alcançar uma imagem "ideal".

Esse corpo, no entanto está literalmente no mundo das ideias, já que é incentivado em um modelo criado por imagens pouco reais, como as que muitas vemos nas redes sociais. É justamente por isso que a expressão culto ao corpo se torna incorreta: pois o que se vive atualmente é um culto a imagem influenciado por corpos alheios.

A busca faz com que as pessoas insatisfeitas com o seu corpo utilizem métodos extremos como dietas restritivas, exercícios físicos em exagero, laxantes e abuso de remédios para emagrecimento. Essas práticas tendem a gerar uma relação de ódio e não aceitação do próprio corpo, muitas vezes trazendo até a sensação de nojo.

Repare então que a relação com a comida e os exercícios físicos muitas vezes têm uma relação direta com a forma como você se enxerga e trata o seu corpo. Um estudo feito entre mulheres demonstrou que aquelas que apreciavam seus corpos independentemente do que os outros pensavam tinham uma relação positiva e mais tranquila sobre as próprias escolhas alimentares.

A prática utilizada no estudo é conhecida como "comer intuitivo". Trata-se de ter uma conexão com o próprio corpo, sabendo respeitar os sinais fisiológicos de fome, saciedade e vontade de comer. Vale lembrar que para isso é necessário aprender a fazer as próprias escolhas alimentares, ter autoconhecimento e entender de fato como se diferencia a fome fisiológica da fome emocional. Portanto, comer intuitivo não se trata de pensar só em comer alimentos calóricos, nem tampouco em utilizar uma bola de cristal para saber o que vai comer. Esse entendimento é construído ao longo do tempo, muitas vezes com auxílio de um nutricionista e psicólogo.

O fato é que independente de comer de forma intuitiva ou seguindo uma prescrição, para muitas pessoas as escolhas alimentares são pautadas pela forma como as pessoa enxerga o seu corpo. Por isso a aceitação da própria imagem é muito importante nesse processo —não significa se conformar com excesso de peso ou saúde comprometida, mas envolve cessar a guerra consigo mesmo, sabendo que você pode fazer parte desse mundo independente do preconceito social envolta do seu tamanho e formato corporal.

Se aceitar e se tratar com mais carinho é um grande passo para estabelecer uma boa relação com a comida. Mesmo que emagrecer seja necessário para ter mais saúde, é importante que esse emagrecimento ocorra sem a pressão de atingir um padrão corporal inatingível e, por isso é importante conseguir olhar para dentro com mais compaixão e dessa forma suas escolhas alimentares se tornam mais coerentes com a sua saúde.