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Taise Spolti

Não consegue fazer cocô fora de casa? Veja 6 dicas para superar o problema

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

07/08/2022 10h16

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No mundo das meninas, principalmente, o ato que conhecemos como "fazer cocô" soa muito estranho desde cedo. Inclusive, tenho certeza que muitos leram o título da matéria com certo receito. Por que escrever "fazer cocô" e, não, "ir ao banheiro" ou "fazer o número dois", por exemplo? O tabu que rodeia o ato, sobretudo entre as mulheres, já começa a ser problema desde a infância, ou no modo como lidamos com o assunto —sendo ele, "feio", "sujo", "fedido", "proibido" e "barulhento".

Evacuar se torna um evento quando precisamos passar por piadinhas na infância, com os pais que falam sobre as fezes e o ritmo de trânsito intestinal de seus filhos na frente deles e com várias pessoas opinando, como se a criança não estivesse ali. Geralmente, cuidadores refletem seus comportamentos em seus filhos repetindo atitudes como: "Não pode fazer cocô aqui, pois o banheiro é sujo" ou "Segura um pouquinho para fazer em casa".

Desfraldes antecipados e sem maturidade no controle sobre as necessidades na criança são relacionados a alterações da saúde intestinal na fase adulta. Aliás, muito se tem discutido e orientado sobre o desfralde guiado pela criança. Um outro ponto (se você é pai ou mãe vai entender) é sobre os horários e proibições em idas ao banheiro na escola.

Desde cedo, aprendemos a regular nosso intestino conforme os horários ditos por terceiros. É só no horário que o professor deixa que os alunos podem ir ao banheiro, por exemplo —são regras sociais que já interferem no nosso próprio ritmo desde a infância.

Se você está lendo até aqui e já viu alguma semelhança entre o que falei sobre a saúde intestinal na infância, saiba que essa relação é o início da nossa relação com as alterações do ritmo de evacuações na fase adulta. É por isso que uma grande parte de pessoas não consegue evacuar fora de casa, em viagens, no ambiente de trabalho, na faculdade, na escola... Basta estar fora de casa para que o intestino deixe de funcionar.

Você com certeza conhece alguém ou está nesse grupo que só consegue fazer cocô em casa. Mesmo que não haja viagem, o fato de ter vontade fora de casa, além de segurar essa vontade até que chegue em um "ambiente seguro", ou seja, na nossa casa, faz com que treinemos nosso trânsito intestinal para um "reloginho" sequencial, nosso relógio fisiológico.

Estar fora de casa ou em outro ambiente mexe com nosso ritmo, mexe com nossa segurança e mexe com o nosso emocional. Já convivi com pessoas que podem passar uma semana inteira sem conseguir ir ao banheiro —e mantendo sua rotina alimentar de três a quatro refeições diárias.

Em outras pessoas, não se trata de viagem, mas de qualquer situação que lhe tire da rotina, independente se a pessoa se alimenta bem ou mantém uma vida saudável.

É importante lembrar a ligação entre a nossa saúde intestinal, nossos hábitos de vida saudável, e nossas emoções. Uma pessoa que se alimenta bem, possui um ritmo circadiano regulado, se hidrata e se mantém ativo pode, ainda assim, ter uma má relação com a saída da rotina, e sofrer com um intestino preguiçoso durante uma viagem, um passeio ou ida a casa do parceiro.

Essa relação é emocional. E se já sabemos que a alimentação e hábitos saudáveis possuem ação direta sobre nossa saúde intestinal cabe aqui passar alguns truques que podem minimizar os efeitos da viagem sobre o seu intestino. Confira abaixo:

1. Entenda o seu ritmo

Você sabe qual é o horário que você costuma evacuar? Então, respeite-o. Evite marcar passeios, reuniões ou qualquer que seja a atividade que vai lhe tomar mais atenção e lhe tirar do momento que é o seu por natureza.

Caso você não organize isso, é grande a chance de ter que 'segurar a vontade' naquele momento, sendo assim, o primeiro passo para que seu ritmo seja afetado. E como sabemos, muitos não podem parar a reunião, o café da manhã do hotel ou a ida a um museu para ir ao banheiro evacuar. Essa alteração de deixar para depois vai acabar lhe trazendo desconfortos.

2. Use produtos que eliminam o odor do banheiro

Se crescemos aprendendo que cocô é feio, sujo e com cheiro ruim, cabe a nós mudarmos essa ideia na fase adulta —e de forma que não nos traga desconfortos sociais, já que você pode se sentir com vergonha ao ter que ir ao banheiro.

Não é feio nem sujo, mas o passo a passo para chegar nesse entendimento pode ser leve e menos conflituoso. Acender o fósforo no banheiro causa a neutralização dos odores, assim como a gota mágica, o spray com cheiro agradável etc.

3. Em ambientes mais silenciosos, aposte no barulho

Por que não ligar o som da sua playlist? Crie um ambiente seguro onde você vai relaxar para fazer cocô —e não tenha vergonha, todo mundo faz cocô. Ligue sua melhor playlist, aumente um pouco o som e aproveite o momento.

4. Respeite o seu ritmo antigo

Por mais que você esteja viajando, por exemplo, é importante que algumas coisas continuem como estão, como a hora de dormir, a hora que você acorda e o hábito de beber água (geralmente, esse é o primeiro tópico a ser deixado de lado, ou seja, esquecemos de tomar água) —e o mesmo deve ocorrer com a hora de fazer cocô.

5. Hidrate-se

Mantenha hidratação alta e não se esqueça das frutas. Fibras que vem de alimentos com a casca das frutas e as saladas, por exemplo, são importantes para manter o peristaltismo e o ritmo das evacuações.

6. Evite laxantes

Além de não ajudarem, eles podem causar duas situações: a dependência deles para conseguir manter o ritmo intestinal ou, então, aquela situação desastrosa de fazer cocô em algum ambiente que você está totalmente habituado. Nesse caso, iremos piorar sua relação com a ida ao banheiro para evacuar, ao invés de deixá-la melhor.