Dieta do tipo sanguíneo

Criada há mais de 20 anos, a dieta do tipo sanguíneo sugere que as características do sangue influenciam no metabolismo de determinados alimentos. Assim, cada tipo tem um cardápio específico para ter mais saúde, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e perder até 6 kg em um mês.
A perda de peso acontece no final das contas, mas devido aos alimentos consumidos. "As quatro modalidades se baseiam em aumento do consumo de frutas e vegetais e sugerem que alimentos processados sejam evitados, o que leva a perda de peso", considera o nutrólogo Guilherme Giorelli, jurado do Ranking das Dietas do VivaBem e diretor do SMEERJ (Sociedade de Medicina Esportiva e do Exercicio do Rio de Janeiro). Por isso o método ficou em 21º lugar entre as 26 dietas avaliadas no Ranking 2020.
Veja a seguir mais sobre a dieta:
O que é a dieta do tipo sanguíneo
Antes de falar sobre os perfis, vale um parênteses para explicar o que é o tipo sanguíneo. O que o determina é uma proteína chamada de antígeno, presente na superfície da hemácia, um dos tipos de célula que compõe o sangue.
Para D'Adamo, além de influenciar na transfusão sanguínea, estes tipos alterariam a maneira como o corpo metaboliza alguns nutrientes, determinando assim o que deve entrar ou sair do prato. É uma hipótese estudada há tempos, mas ainda não demonstrada em estudos. Cada grupo tem alimentos positivos, que evitam e curam doenças; nocivos, que agravam condições de saúde; e neutros.
Como a dieta do tipo sanguíneo funciona
Cada tipo tem seu livro e um cardápio bem específico a ser seguido, com uma lista extensa de alimentos que acaba restringindo bastante a variedade da dieta. Em linhas gerais, desta maneira:
- Sangue tipo A - Perfil agrícola: Sem proteína de origem animal, à base de frutas, vegetais e leguminosas.
- Sangue tipo B - Perfil nômade: Deve evitar trigo, milho, tomate, lentilha, e aumentar o consumo de laticínios e ovos.
- Sangue tipo O - Perfil caçador: Dieta rica em proteínas e limitada em grãos e laticínios.
- Sangue tipo AB - Perfil enigma: é uma mistura do grupo A e B. Evitar cafeína e álcool. Aumentar a ingestão de laticínios, grãos e frutos do mar.
Todos os tipos devem evitar ou reduzir o consumo de leite (exceto o grupo B), cebola, tomate, laranja, batata e carne vermelha.
A dieta realmente emagrece?
Em 2018, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, publicaram um estudo feito com quase mil indivíduos sobre o assunto. Os voluntários seguiram a dieta do seu tipo, enquanto outro grupo aderiu à dieta Dash, criada para reduzir a hipertensão.
No fim das contas, todos que adotaram a alimentação balanceada proposta pelos planos perderam peso. Para o autor principal, Ahmed El-Sohemy, chefe do Departamento de Ciência da Nutrição da Universidade, "a maneira de um indivíduo reagir a qualquer uma das dietas não tem qualquer relação com o seu tipo de sangue, mas sim com a sua capacidade de manter uma alimentação equilibrada".
Os achados foram publicados no periódico Journal of Nutrition, da Sociedade Americana de Nutrição.
Ela é segura?
Até é, mas os especialistas apontam para o risco da exclusão por conta própria dos alimentos, sem buscar substitutos que reponham os nutrientes. Isso pode levar a carências nutricionais e trazer prejuízos para a saúde, como no caso da vitamina B12, encontrada somente em carnes e outros produtos de origem animal.
Fora que cebola, tomate e laranja são ricos em substâncias antioxidantes, vitaminas e minerais importantes para o organismo. Ou seja, não há necessidade de excluí-los do cardápio, exceto que você tenha uma condição de saúde muito específica - neste caso, melhor consultar o médico.
Vale a pena fazer?
A dieta pode levar a uma melhora da saúde e da composição corporal, como consequência da adoção de um cardápio mais rico em vegetais. Portanto, tudo bem se você quiser segui-la. Só fique atento ao lado negativo de ficar preso a um cardápio e refém de uma lista pra escolher o que comer.
Além da questão da deficiência de nutrientes em si, há o risco de sofrer de ansiedade e outros fatores psicológicos que ocorrem por qualquer restrição alimentar, uma prática pouco saudável e sustentável.
Fontes: Ingrid Pereira Maria, nutricionista, especialista em Nutrição Clínica pelo Ganep Educação; Valeria Arruda Machado, Diretora Científica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, coordenadora do ambulatório de nutrição do setor de lípides, aterosclerose e Biologia Vascular da Disciplina de Cardiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Reportagem: Chloé Pinheiro
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