Cavalera fará desfile-manifesto no rio Tietê durante SPFW
Por Fernanda Ezabella
SÃO PAULO (Reuters) - A grife Cavalera vai trocar as comportadas passarelas do pavilhão da Bienal, onde acontece o São Paulo Fashion Week na próxima semana, pelas margens e águas do rio Tietê, em um desfile-manifesto para chamar atenção sobre os problemas ambientais da cidade.
A grife fez uma parceria com o Instituto Navega São Paulo, que tem a concessão para circular pelo rio com o barco Almirante do Lago -- o mesmo que levou 1.700 pessoas em dois meses de 2006 na temporada de uma peça do Teatro da Vertigem.
O desfile masculino e feminino da Cavalera, que agora conta com Marcelo Sommer na coordenação criativa, acontecerá na manhã do dia 20, apenas para 200 convidados no barco.
"Ninguém vai tropeçar e cair no rio, mas é um lugar de risco, não vai dar para lotar de gente, será restrito", disse Sommer por telefone.
A inspiração da nova coleção de outono-inverno veio de um movimento chamado "Remember Chernobyl", de um amigo de Sommer engajado na luta internacional para alertar sobre os riscos das usinas nucleares.
"O desfile vai ser menos feliz e animado como normalmente é a Cavalera. É mais um alerta, um manifesto", disse Sommer. "Vamos falar sobre lixo atômico, lixo humano, sobre viver na cidade grande."
Segundo Sommer, as roupas terão influência militar, com modelagem ampla e estilo streetwear. A paleta de cores será mais sóbria, com muito amarelo, laranja, mostarda, bege, marrom, além de tons de verde e azul.
No desfile, o barco ficará parado, enquanto as modelos desfilam na margem. Depois, os convidados poderão passear de barco, embora o estilista saiba do risco das águas fedorentas criarem um anticlímax entre os fashionistas.
"A gente não queria obrigar todo mundo a andar de barco por ser uma coisa meio desagradável estar no rio. Mas, quem quiser, vai poder navegar", disse.
Desde o final de 2005, Instituto Navega São Paulo já levou 8.000 pessoas para passear de barco, a maioria educadores e alunos de escolas públicas e privadas.
Para Douglas Siqueira, diretor do instituto, o desfile vem ao encontro de propostas do grupo para chamar atenção da população da cidade para o rio, no intuito de revitalizá-lo e resgatar sua identidade.
"Estou certo de uma receptiva fantástica. Acredito que a maior parte (dos convidados), pessoas de moda, de sensibilidade mais aguçada, vai se chocar bastante", disse Siqueira.
"Porque falar do Tietê é uma coisa, sentir o Tietê é algo completamente diferente. E as pessoas param de fato para refletir sobre como está tudo errado."
SÃO PAULO (Reuters) - A grife Cavalera vai trocar as comportadas passarelas do pavilhão da Bienal, onde acontece o São Paulo Fashion Week na próxima semana, pelas margens e águas do rio Tietê, em um desfile-manifesto para chamar atenção sobre os problemas ambientais da cidade.
A grife fez uma parceria com o Instituto Navega São Paulo, que tem a concessão para circular pelo rio com o barco Almirante do Lago -- o mesmo que levou 1.700 pessoas em dois meses de 2006 na temporada de uma peça do Teatro da Vertigem.
O desfile masculino e feminino da Cavalera, que agora conta com Marcelo Sommer na coordenação criativa, acontecerá na manhã do dia 20, apenas para 200 convidados no barco.
"Ninguém vai tropeçar e cair no rio, mas é um lugar de risco, não vai dar para lotar de gente, será restrito", disse Sommer por telefone.
A inspiração da nova coleção de outono-inverno veio de um movimento chamado "Remember Chernobyl", de um amigo de Sommer engajado na luta internacional para alertar sobre os riscos das usinas nucleares.
"O desfile vai ser menos feliz e animado como normalmente é a Cavalera. É mais um alerta, um manifesto", disse Sommer. "Vamos falar sobre lixo atômico, lixo humano, sobre viver na cidade grande."
Segundo Sommer, as roupas terão influência militar, com modelagem ampla e estilo streetwear. A paleta de cores será mais sóbria, com muito amarelo, laranja, mostarda, bege, marrom, além de tons de verde e azul.
No desfile, o barco ficará parado, enquanto as modelos desfilam na margem. Depois, os convidados poderão passear de barco, embora o estilista saiba do risco das águas fedorentas criarem um anticlímax entre os fashionistas.
"A gente não queria obrigar todo mundo a andar de barco por ser uma coisa meio desagradável estar no rio. Mas, quem quiser, vai poder navegar", disse.
Desde o final de 2005, Instituto Navega São Paulo já levou 8.000 pessoas para passear de barco, a maioria educadores e alunos de escolas públicas e privadas.
Para Douglas Siqueira, diretor do instituto, o desfile vem ao encontro de propostas do grupo para chamar atenção da população da cidade para o rio, no intuito de revitalizá-lo e resgatar sua identidade.
"Estou certo de uma receptiva fantástica. Acredito que a maior parte (dos convidados), pessoas de moda, de sensibilidade mais aguçada, vai se chocar bastante", disse Siqueira.
"Porque falar do Tietê é uma coisa, sentir o Tietê é algo completamente diferente. E as pessoas param de fato para refletir sobre como está tudo errado."
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