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Ex é preso suspeito de matar personal em PE; polícia apurava 'acidente'

A personal trainer Myrella da Conceição Barbosa tinha 25 anos - Reprodução/Redes sociais
A personal trainer Myrella da Conceição Barbosa tinha 25 anos Imagem: Reprodução/Redes sociais

De Universa, em São Paulo

20/06/2023 21h26Atualizada em 20/06/2023 23h52

O ex-namorado da personal trainer Myrella da Conceição Barbosa, que morreu no início do mês, foi preso por suspeita de matar a jovem em Pernambuco. O caso era apurado pela Polícia Civil como acidente de trânsito.

O que aconteceu:

José Rufino de Barros Neto foi preso ontem após expedição de um mandado de prisão temporária por homicídio expedido pela Comarca de Glória do Goitá, na Zona da Mata pernambucana. Amigos e familiares da jovem dizem desde o início do caso que ela foi espancada pelo ex-namorado e vítima de feminicídio.

A justiça determinou a prisão temporária do homem durante audiência de custódia, nesta terça-feira, em Vitória de Santo Antão, também na Zona da Mata, segundo o TJ-PE (Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco) a Universa.

José foi encaminhado ao Presídio de Vitória de Santo Antão. A defesa dele ainda não foi localizada. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.

Relembre o caso

Inicialmente, a Polícia Civil informou que Myrella, 25, teria sofrido uma queda da motocicleta onde estaria de carona com o "namorado" no dia 5, na cidade de Chã de Alegria (PE). Após cinco dias internada e uma transferência da unidade de saúde municipal para a capital, ela morreu no Hospital da Restauração, no Recife.

Familiares e amigos da vítima disseram a Universa que o homem era ex-namorado, e não "namorado", como apontava a polícia.

Eles contam que a jovem saiu de casa no domingo (4), quando teria sido vista pelo ex enquanto conversava com um colega. O homem teria tirado satisfação com a jovem, que afirmou que eles já haviam terminado o relacionamento.

A mulher teria sido seguida, amarrada e espancada dentro da própria casa, na madrugada de segunda. Ela estaria embriagada no momento das agressões.

Myrella foi levada até um sítio, onde a mãe do suspeito teria tentado socorrê-la, disseram os familiares. Na tarde do mesmo dia, vendo a mulher muito debilitada, mãe e filho teriam levado a jovem a um hospital da cidade e deram entrada como se tivesse ocorrido uma queda de moto.

A jovem passou por cirurgia de emergência e teria perdido metade do fígado e do rim em razão das agressões.

O motivo de ele ter batido e matado ela [Myrella] foi porque ela disse que não queria mais nada com ele; porque queria viver a vida ela, estava conseguindo várias vagas de emprego. Ela estava seguindo a vida normalmente e ele não aceitou só porque ela estava conversando com outro cara sobre trabalho [no domingo].
Áudio de familiar obtido pelo UOL

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

*Os nomes de fontes que conversaram com a reportagem foram omitidos a pedido deles.