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Sâmia Bomfim sobre denúncia contra Salles: 'Ataque a todas as mulheres'

De Universa, em São Paulo

02/06/2023 11h00

O Sem Filtro desta sexta-feira (2) falou sobre as recentes situações que deputadas e senadoras têm enfrentando no Congresso: não as deixam falar. O mais recente é o da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que teve o microfone cortado durante sessão da CPI do MST. "A figura de uma mulher jovem de esquerda, que fala o que eles não querem ouvir, os deixa muito nervosos. Mas sou uma parlamentar, fui eleita", disse a Universa.

O que aconteceu?

Tanto o presidente da comissão, o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), quanto o relator, Ricardo Salles (PL-SP) desligaram o microfone de Sâmia durante suas falas na CPI.

O Ministério Público Eleitoral —ligado ao Ministério Público Federal— pediu que a Procuradora-Geral da República investigue o possível episódio de violência política de gênero sofrido por Sâmia.

A deputada acredita que o fato de o MPE ter encaminhado a procuração à PGR sem que ela tivesse pedido, é um sinal de que a violência política de gênero será discutida. "Espero que esse caso tenha uma resolução, isso não é um problema somente comigo, isso é um ataque contra o direito das mulheres brasileiras participarem da política", disse a Universa.

Agora, a PGR pode pedir a abertura de investigação, explica a advogada Maíra Recchia, presidente do Observatório Eleitoral da OAB-SP.

Se houver elementos suficientes de autoria e materialidade, como os vídeos que já existem de Salles desligando o microfone de Sâmia, o órgão pode oferecer denúncia e, então, ambos viram réus.

A pena para o crime de violência política de gênero é de um a quatro anos de prisão, que é a pena que Salles poderia pegar, segundo Recchia.

Salles e Zucco foram procurados por Universa para falar sobre o caso, mas não responderam ao pedido de entrevista. Caso se manifestem, este texto será atualizado.

A senadora Elizane Gama (PSD-MA) também já reclamou das constantes interrupções que sofre como relatora da CPI do 8 de janeiro. Ela é a única mulher na mesa diretora da comissão e também reclamou por não ser ouvida. "Infelizmente, essa é uma prática comum quando se trata de mulher em cargo de chefia, quando se trata de mulher fazendo alguma exposição. Mas nós vamos conseguir superar essas dificuldades."

Cris Fibe: 'Interrupção da fala e silenciamento não deixam de ser violências, é dizer para a mulher que não tem espaço para ela e não será ouvida'

Durante o programa, a jornalista Cris Fibe relembrou que a ocupação do parlamento brasileiro ainda é muito recente, e isso acaba sendo refletido nos números. Embora 53% do eleitorado no Brasil seja feminino, as mulheres são apenas 15% na Câmara e 12% no Senado.

Para ela, Ricardo Salles pratica a violência política de gênero de uma forma sútil, sem qualquer tipo de ameaça ou lesão corporal, mas minando a ocupação desses espaços por mulheres.

A interrupção da fala e o silenciamento não deixam de ser violências. É dizer para a mulher que ela não tem espaço e não vai ser ouvida. Cris Fibe

Já para Cris Guterres, colunista de Universa, a interrupção é uma forma de desqualificar a presença da mulher nesses espaços. Ela também falou sobre a importância da união das mulheres, citando o exemplo das ministras do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e Rosa Weber, que costumam sempre dizer durante as sessões da corte que querem ouvir a fala da outra.

A gente precisa aprender a se impor nos espaços que tentam dizer que não é nosso lugar. São comportamentos criados para dizer que isso não é para a gente. Cris Guterres

Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

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Assista ao Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Veja a íntegra do programa: