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Amiga de Calabresa diz que Melhem distorceu depoimento dela sobre assédio

O ex-diretor de humor da Globo Marcius Melhem  - Reprodução/YouTube/Metrópoles
O ex-diretor de humor da Globo Marcius Melhem Imagem: Reprodução/YouTube/Metrópoles

De Universa, em São Paulo

03/04/2023 15h59

A psicóloga Maíra Perazzo, amiga de Dani Calabresa, afirma que Marcius Melhem distorce, em seus depoimentos e em entrevistas, o relato que ela deu à Justiça sobre a acusação de assédio sexual feita por Dani. As duas estavam na festa do "Zorra", em 2017, em que a humorista conta ter sido assediada pelo então chefe. A entrevista de Maíra foi dada ao portal "Metrópoles" e é a primeira vez que ela fala publicamente sobre o caso.

Melhem disse publicamente que Maíra afirmou à Justiça não ter havido assédio. A psicóloga, porém, diz na entrevista que nunca fez tal declaração. "Não disse que não houve assédio, falei que nós duas não conversamos sobre isso", diz.

Procurado por Universa, Melhem diz que as afirmações de Maíra são falsas. Afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que as falas dela confirmam "montagem e construção de uma narrativa combinada para esconder evidências". Também diz que não praticou nenhum ato de assédio.

"Sua entrevista reforça o que já está claro na Justiça: a tentativa de que ela nunca aparecesse para que a falsa versão de assédio na festa pudesse seguir sem arranhões. Mas ninguém consegue se esconder muito tempo. E a verdade acaba aparecendo", diz.

Melhem acusa Maíra de se omitir no processo, mas ela afirma que não queria ser exposta e, por isso, pediu a Dani que não citasse seu nome à Justiça. Foi a defesa de Melhem que pediu a Maíra que fosse intimada a depor.

"Ele é quem me usa, ele me colocou como parte da estratégia de defesa dele. Como se isso mudasse tudo. Eu só sou uma pessoa que fiquei com ele", disse Maíra.

Na festa, ela diz que Dani beijou Melhem e, em certo momento, a puxou para que ficasse com ele também. O ex-diretor da Globo diz que esse é um indício de que não houve assédio, uma vez que uma amiga não entregaria outra a um assediador.

Mas Maíra diz que foi exatamente o que aconteceu. "Na hora, eu só senti que ela me puxou para ficar com ele e saiu. Pensei: 'Ela continua se esquivando dele e me puxou para ficar com ele'. Na primeira matéria que ele me expôs, diz que nós dois estávamos nos beijando durante a festa e eu puxei a Dani para formarmos um trio. Isso nunca aconteceu."

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"Só estou sendo exposta desnecessariamente: ele expôs mensagem, me expôs, tentou me desqualificar também como mulher. Ele faz questão de falar que eu fui transar na casa dele, ele poderia ter usado qualquer outra palavra. Ele quis obviamente me expor. Um padrão que só comprova o machismo, né?"


O caso está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher do Rio de Janeiro desde 2020, após vítimas e testemunhas procurarem a Ouvidoria Nacional do Ministério Público, que encaminhou os relatos às autoridades policiais.

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