Anestesista preso por estupro: possibilidade de ao menos mais duas vítimas

Começa hoje o julgamento doo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, por estupro durante o parto de um mulher no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em julho.

A polícia tem ainda mais três inquéritos abertos contra Bezerra. De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti e que fez a prisão em flagrante do homem, há "muita indicação" de que Bezerra fez pelo menos mais duas vítimas, já que no dia em que estuprou a mulher ele participou de mais dois partos.

Bezerra será ouvido pela Justiça junto a todos os envolvidos no caso em um audiência de instrução e julgamento. Também falarão a vítima e seu marido, além de oito testemunhas de acusação e oito de defesa, mais a perícia. Bezerra vai depor por videoconferência direto de Bangu 8, presídio do Rio de Janeiro.

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Há ainda um inquérito que investiga se ele cometeu o crime nos outros dois hospitais por onde passou, que são o Hospital da Mulher de São João e o Hospital da Mãe em Mesquita. A defensoria pública não quis comentar o caso por estar em segredo de Justiça, mas o Tribunal de Justiça do Rio informa que a defesa do anestesista questiona a legalidade da prova obtida por vídeo sem autorização da polícia ou do Ministério Público.

SP e RJ registram média de uma vítima de estupro em unidade de saúde por dia

Esse caso de estupro dentro de uma unidade de saúde não é isolado. Somente entre 2020 e 2021, o Rio de Janeiro registrou nas delegacias 14 vítimas desta forma de crime (9 em 2020 e 5 em 2021). Em São Paulo, foram contabilizadas possíveis 369 vítimas de estupro em unidades de saúde no mesmo período, sendo 183 em 2020 e 186 em 2021. A soma entre os dois estados dá uma média de uma vítima deste tipo de crime por dia.

Todos os dados foram obtidos por Lei de Acesso nas secretarias de segurança desses estados, compilados de registros de ocorrência. Em cada RO é possível ter mais de uma vítima. Nas informações enviadas não é possível verificar a conclusão de cada caso. Procurada, a Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro não se pronunciou.

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