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'Maioria dos homens não sabe transar'? 6 erros que eles cometem na cama

"Maioria dos homens não sabe transar por causa da influência de filmes pornôs", disse o ator e comediante Eduardo Sterblitch - Deklofenak/Getty Images/iStockphoto
'Maioria dos homens não sabe transar por causa da influência de filmes pornôs', disse o ator e comediante Eduardo Sterblitch Imagem: Deklofenak/Getty Images/iStockphoto

Rute Pina

De Universa, em São Paulo

21/10/2022 16h26

O ator e comediante Eduardo Sterblitch, 35 anos, comentou no programa "Saia Justa" (GNT) que a maioria dos homens não sabe transar por causa da influência de filmes pornôs, criando uma impressão de que têm liberdade sexual.

"Noventa por cento dos homens que eu conheço têm uma impressão de que têm uma liberdade sexual, desse conhecimento, de que falou sobre isso mais cedo. Mas eles não sabem transar. Eu não sei transar. Aprendemos a transar vendo filme pornô", afirmou. "O homem é muito raso. Por isso que a gente não consegue se conectar com a mulher."

O comediante disse ainda que "tem uma coisa sobre como o homem trata a mulher por conhecer o sexo através de vídeo e não de uma experiência real". "Isso está mudando", comentou.

Universa conversou com sexólogas para entender os principais erros que os homens cometem no sexo em relações heterossexuais. As especialistas comentam o que eles aprenderam no pornô que pode não agradar às suas parceiras.

1) Acreditar que já sabe transar

A psicóloga Carolina Freitas, consultora da plataforma Sexo Sem Dúvida e especialista em sexualidade, afirma que os homens, em geral, acreditam que não precisam aprender a transar e que o sexo seria um processo intuitivo.

"Eles não veem o sexo como aprendizado, um comportamento que pode ser aprendido ou como um conjunto de descobertas que vão levar a uma prática mais prazerosa. Aí é que entra a pornografia", diz a sexóloga.

2) Falta de preliminares e de envolvimento

Carolina também afirma que eles erram ao comprar a ideia vendida pela pornografia de que existe sexo sem envolvimento.

"Mesmo em uma transa casual há envolvimento: tem sentidos, emoções. O prazer deles pode ser muito mais envolvente e agradável ao explorar outros sentidos além da penetração", diz.

É o que também afirma a sexóloga Michelle Sampaio. Ela diz que o homem aprendeu a estimular pouco o corpo de sua parceira. "Os filmes pornôs não trabalham a ideia de preliminares e a mulher, nestas produções, acaba sendo pouco estimulada", diz.

"É uma queixa muito frequente das minhas pacientes em relações heterossexuais que, quando os homens procuram por sexo, eles vão com a mão direto na genital. Às vezes, a mulher não está excitada ou não quer aquilo naquele momento. Então, um beijo, um toque no seio, uma carícia na nuca ou em outras regiões do corpo da mulher podem excitá-la."

3) Enxergar sexo apenas como penetração

Michelle afirma que outro equívoco é a ideia de um sexo muito "genitalizado".

"Existe aquela fantasia do homem de que ele tem que penetrar o tempo todo e que ele tem que ter um pênis rígido o tempo todo. Além disso, ele acredita que a mulher vai atingir o orgasmo só por meio da penetração, o que para a maioria das mulheres não acontece", lembra a sexóloga.

4) Usar saliva como lubrificante

A sexóloga também aponta uma imagem comum em pornôs na qual os homens ainda insistem: lubrificar a mulher com saliva.

"O cara passa saliva na mão e passa no pênis e acredita que isso funciona como lubrificação. Isso muitas vezes acaba sendo um motivo de incômodo para as mulheres e é um comportamento sempre vendido na pornografia", diz Michelle.

5) Comparar o seu desempenho com o de atores pornôs

Outro ponto destacado por Michelle como erro frequente dos homens é a comparação com o desempenho do que é assistido na pornografia —e isso pode levar a disfunções sexuais. "A falta da ereção pode ocorrer por um pico de adrenalina disparado pela ansiedade", diz.

"O ponto é que, para se atingir o clímax, é preciso muito mais do que essa estimulação estritamente genitalizada que a pornografia vende", fala a especialista.

Carolina acrescenta que essa comparação pode atrapalhar o próprio desempenho do homem.

"A expectativa de desempenho e do tempo de ereção é uma cobrança para eles —seja para quem aprende a ejacular muito rápido, seja para quem demora muito a ejacular por acreditar que aquela penetração eterna está satisfazendo a mulher", diz a psicóloga.

6) Acreditar em um roteiro preestabelecido

Também por influência da pornografia, diz Carolina, muitos homens erram ao acreditar que existe um roteiro no sexo —e que sempre deve ser seguido.

"O homem passa a acreditar que o sexo começa, como num filme pornô, pela ereção dele e, na verdade, o sexo é a excitação dele que vai acontecer depois de estímulos sexuais. Eles cometem o erro de acreditar que não precisam de estímulo sexual e que a mulher precisa de apenas um estímulo específico, no clitóris, para que ela se lubrifique."

"Esse também é outro ponto que a pornografia traz, a ereção como ponto de partida e a ejaculação como término da relação."