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Novos amigos e curativos: o que se sabe da fase bandeirante de Elizabeth 2ª

Franceli Stefani

Colaboração para Universa

08/09/2022 15h00

A Rainha Elizabeth 2º, morta nesta quinta-feira (8), foi bandeirante e defensora da Associação de Escoteiros do Reino Unido, e isso foi especialmente importante para aquela criança que estudou em casa, com um tutor particular.

Para entender como foi essa fase da vida da primeira monarca feminina soberana da Casa de Windsor é preciso retornar para 1907.

Segundo o The Guardian, a mãe da rainha, Elizabeth Bowes-Lyon, a rainha-mãe, participava de um grupo formado por mulheres que invadiu um encontro de escoteiros —o Movimento Escoteiro da Inglaterra foi fundado por Robert Baden-Powell.

Lá, elas exigiram que fosse feita uma espécie de organização "irmã", para que pudessem participar.

Um ano depois surgiu a 'Girl Guide Association', da qual a irmã de Bowes-Lyon, Mary, em 1920, se tornara presidente.

Apreciadora do trabalho desempenhado pela instituição, quando a rainha-mãe teve duas filhas não demorou em inscrevê-las. Esta também era uma tentativa de fazer com que as jovens princesas tivessem uma vida o mais normal possível.

Então, em 1937, a princesa Elizabeth, com 11 anos, se torna uma 'girl guide', também conhecida como bandeirante, conta o jornal britânico The Telegraph.

A mãe também se juntou às guias, tornando-se patrona do grupo feminino. A história mostra que, para que elas pudessem ganhar seus distintivos de mérito, a 1ª Companhia de Bandeirantes do Palácio de Buckingham, composta por filhas da família real e funcionárias, foi formada.

Uma casa, antes usada para férias de verão, foi transformada em sede das guias.

O amplo espaço permitiu que as princesas e suas companheiras de tropa aprendessem a cozinhar em fogueiras, armar tendas, entre outras ações típicas das bandeirantes.

A futura rainha da Inglaterra foi empenhada em cumprir os ensinamentos, inclusive, praticou suas habilidades de curativo em sua irmã mais nova, diz o History Extra, da BBC.

Quando a Segunda Guerra Mundial iniciou, enquanto as Girl Guides estavam trabalhando duro no esforço de guerra, a tropa das princesas foi dissolvida, reformando-se no Castelo de Windsor em 1942. Naquela época, a jovem Elizabeth aderiu ao Auxiliary Territorial Service, no último ano da batalha. O grupo reunia mulheres que serviam como voluntárias em funções variadas para o exército britânico. Nele, foi treinada como motorista e mecânica. Ao final do conflito, a futura rainha contou que saiu às ruas para comemorar a vitória dos Aliados com sua irmã. Nessa época, ela tinha apenas 19 anos.

As Girl Guides causaram um grande impacto na vida da rainha. Lá, ela fez amigas para a vida toda. A comprovação disso foi que quando ela se casou em 1947, duas de suas damas de honra eram ex-guias. Em 1946, o Queen's Guide Award foi estabelecido e, segundo a BBC, é o maior prêmio que uma bandeirante pode receber no Reino Unido.

Bandeirantismo em família

Ao longo de sua trajetória, a monarca nunca se desligou do bandeirantismo. Em 1952, junto com sua mãe, se tornou patrona conjunta das Girl Guides, alguns anos depois a princesa Margaret foi nomeada Presidente das Girl Guides do Reino Unido, assim como sua tia. A tradição real continua. Em 2003, a esposa do príncipe Edward, Sophie, a Condessa de Wessex, tornou-se presidente do grupo da Associação de Bandeirantes do Reino Unido.

Kate Middleton, a duquesa de Cambridge, em 2020, se tornou uma das presidentes da Associação de Escoteiros do Reino Unido juntando-se aos escoteiros no norte de Londres. Nesse mesmo grupo, o primo da rainha, o duque de Kent também era presidente. Elizabeth era a patrona da organização que trabalha com cerca de meio milhão de pessoas de 6 a 25 anos.