Topo

Quem é Nicole Silveira, enfermeira e melhor atleta brasileira no skeleton

A gaúcha Nicole Silveira conquistou melhor resultado do Brasil no skeleton nas Olímpiadas de Inverno  - Reprodução/Instagram
A gaúcha Nicole Silveira conquistou melhor resultado do Brasil no skeleton nas Olímpiadas de Inverno Imagem: Reprodução/Instagram

Rute Pina

De Universa

12/02/2022 17h21

A atleta Nicole Silveira, 27 anos, fez história nos Jogos de Inverno de Pequim neste sábado (12), ao conquistar o melhor resultado do Brasil na disputa do skeleton feminino.

Silveira ficou em 13º lugar na modalidade e teve o melhor desempenho do país em esportes de gelo, além de se tornar a melhor da América Latina na história do skeleton. O esporte consiste em descer pistas de gelo sinuosas sobre um trenó, deitada de barriga para baixo, podendo atingir velocidade de mais de 140 km/h.

A atleta nasceu na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, mas mora desde os 7 anos em Calgary, Canadá. No país, ela se divide entre o skeleton e o trabalho como enfermeira — Nicole que atuou diretamente na linha de frente da pandemia de Covid-19.

A gaúcha é multiatleta: já praticou dança, ginástica artística, vôlei, fisiculturismo, levantamento de peso e futebol, modalidade que se dedicou por mais tempos, cerca de 10 anos. Foi jogando bola que a atleta obteve uma bolsa de estudos para cursar a faculdade de enfermagem.

Somente há cinco anos começou a praticar skeleton. Em 2017, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) procurava uma atleta para tentar classificar uma dupla feminina de bobsled para os Jogos de PyeongChang, edição dos Jogos Olímpicos de Inverno que uniu a Coreia do Sul e a do Norte. O esporte é semelhante ao skeleton, mas se pratica em duplas ou quartetos.

O país não foi classificado, mas esse foi o primeiro contato de Nicole com esporte. Para investir mais tempo em treinos e se classificar aos Jogos de Pequim, neste ano, ela decidiu mudar para o skeleton, modalidade individual. Nicole avançou rapidamente no esporte e conquistou seis medalhas de ouro na Copa América, realizada em Park City, nos EUA, novembro de 2021. Com a performance e o bom desempenho nas etapas mundiais, ela chegou a Pequim rodeada de expectativas.

"Se o meu técnico falasse há quatro anos que eu seria 13ª, eu riria", comentou em entrevista ao SportTV, logo após o resultado da competição. Antes de Nicole Silveira, o único sul-americano a disputar o skeleton em Jogos Olímpicos foi o argentino German Glessner, que ficou em 26º em Salt Lake-2002.

Para os Jogos de Inverno de 2026, em Milão-Cortina, o objetivo da atleta gaúcha está além de entrar no top 10: ela quer subir ao pódio.