'Naturais': médicas comentam mudanças no corpo de Bárbara Evans na gravidez

Com 30 semanas de gestação, Bárbara Evans tem usado suas redes sociais para mostrar a seus quase 2 milhões de seguidores as mudanças em seu corpo enquanto espera a filha, que se chamara Ayla. Na noite desta sexta-feira (11), a modelo publicou uma série de stories no Instagram mostrando a formação de linhas verticais escuras na barriga, chamadas de linha nigra. "Estrias também temos", mostrou na sequência.

Nesta semana, a atriz também comentou sobre o crescimento de seus seios. "Estão gigantescos, e indo no umbigo!! Mas vamos lá, firmes e fortes. Depois a gente vê o que faz", escreveu em seus stories.

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Mudanças normais e saudáveis

A ginecologista e obstetra Carolina Ambrogini, da Unifesp, afirmou a Universa que as alterações que a atriz expôs em seu perfil são naturais e esperadas no corpo da mulher durante o processo de gestação.

Ela explica que as alterações estéticas podem estar relacionadas, basicamente, a dois fenômenos: o crescimento da produção de melanina e o aumento da vascularização. O aumento da melanina, principalmente a partir no segundo trimestre de gestação, leva à hiperpigmentação. "Por isso que as pintas ficam em evidência, há a formação de linha nigra que aumenta o risco de melasma", diz a médica.

Segundo Carolina, na maioria das vezes, essas alterações são reversíveis após seis meses do fim da gravidez, com exceção do melasma. "Ele pode ser amenizado, mas dependendo do tipo de pele, serão necessários tratamentos estéticos para melhora."

Já os vasinhos que a Bárbara Evans mostrou são chamados de telangiectasias e são decorrentes da hiper vascularização -- assim como o inchaço do mamas e o aumento de varizes. "Isso é bem comum", fala a obstetra. "A grávida tem maior produção de sangue para dar conta da gestação, então todos os vasinhos aparecem mais porque tem mais sangue circulando."

Meias elásticas ajudam para a evitar os vasinhos nas pernas, mas a médica explica que eles podem aparecer em outras regiões do corpo, como colo e barriga. "Geralmente, eles melhoram e são amenizados após a gravidez também. Mas se a pessoa tem um problema mais sério de varizes, terá que buscar ajuda profissional."

Celulites e estrias também aparecem com mais frequência no corpo da mulher grávida. "A estria depende do tipo de pele, se ela engordou muito na gravidez e do tamanho do bebê, se é uma gestação gemelar e distensão", afirma a médica.

Para evitar as marcas, a gestante pode controlar o ganho de peso e aplicar cremes específicos para manter a pele hidratada, principalmente no quadril e mamas. Se a celulite for um incômodo para a mulher, a atividade física pode ajudar a amenizar os furinhos, que pode se intensificar por conta da retenção de líquidos. Mas Ambrogini afirma que nenhuma dessas medidas vai evitar definitivamente as alterações no corpo, que são normais e saudáveis.

A médica de família Júlia Rocha lembra que as mudanças variam muito de mulher para mulher e estão relacionadas a idade, ao histórico de saúde, aos hábitos de vida e até à raça. "Mulheres negras, por exemplo, observam escurecimento mais intenso da aréola e mamilos. O crescimento das mamas também é comum. Pode haver inchaço dos pés e pernas e esse inchaço pode aparecer até na vulva."

Segundo ela, as mudanças mais visíveis ocorrem do final do segundo trimestre até o final da gravidez e estão ligadas tanto a questões hormonais quanto ao crescimento do bebê em si. "Com a saída do bebê e a melhora do retorno venoso, é comum que as varizes que surgem na vulva regridam. O inchaço do rosto, dos pés, das pernas e da vulva também tende a desaparecer alguns dias depois do parto", explica.

Marcas da maternidade

Aguardando a chegada de sua primeira filha, Ayla, Bárbara Evans também aproveita o momento para responder seus seguidores sobre dúvidas sobre a gestação. Na avaliação de Carolina Ambrogini, essa é uma vitrine importante para tratar com naturalidade as mudanças no corpo da mulher grávida.

"É necessário entender que isso faz parte da gravidez, o corpo passa por grandes transformações. Acho legal que a Bárbara, em vez de esconder e fingir que não existe, ela mostra que sim, o corpo muda mesmo e está tudo bem. São marcas da maternidade e não precisamos ter vergonha."

Júlia Rocha, por sua vez, pontua que o corpo da mulher no pós-parto também pode ter mudanças significativas. "O crescimento do útero impõe algumas adaptações anatômicas e a musculatura abdominal pode sair desse processo bem diferente. Pode ocorrer o afastamento dos feixes musculares abdominais e isso leva a um novo desenho para a barriga da mulher", afirma.

A médica pondera que é preciso ter cuidado com procedimentos que prometem "colocar as coisas no lugar". E a saída talvez seja entender que o corpo agora é mesmo outro.

"Minha estratégia é sempre ter referências de mães reais, que amamentam, que comem, que engordam, que saem da maternidade com a barriga grande e que vão encontrar o seu caminho de autocuidado aos poucos e de forma leve. O puerpério já é tão difícil. Se a gente ainda tiver de se preocupar com a barriga perfeita, alguma coisa vai ficar pelo caminho. E essa coisa pode ser a nossa saúde mental."