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Mãe é barrada de ir a aula com bebê de 11 meses em faculdade de MG: 'Doeu'

Mâe relatou episódio nas redes sociais - Reprodução/Instagram
Mâe relatou episódio nas redes sociais Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

11/02/2022 13h32Atualizada em 11/02/2022 13h32

Uma mãe foi impedida de assistir à aula do curso de direito na Faminas (Faculdade de Minas), em Belo Horizonte, por estar acompanhada da filha de 11 meses. Melissa Faria, de 20 anos, compartilhou a história nas redes sociais e relatou que uma coordenadora disse que "a faculdade não é lugar para crianças". O caso ocorreu na noite de terça-feira (8).

"Quando eu entrei no prédio da faculdade, uma moça que estava passando me ajudou a subir o carrinho de bebê pelas escadas, e ao passar pela catraca os seguranças me barraram, alegando que eu não poderia entrar com a criança. Em nenhum momento foram grosseiros comigo, porém, precisaram chamar a coordenadora para conversar comigo. Ela me disse que a faculdade não é lugar para crianças, pois é uma instituição de ensino superior", escreveu Melissa.

A estudante disse que argumentou, já que não tinha com quem deixar a criança e que, por isso, estava levando a filha. Ela informou que não queria faltar à aula. "Além de que eu amamento, sendo um direito da minha filha até os dois anos de idade, como define o Estatuto da criança e do Adolescente. O Estatuto proíbe que a criança seja motivo de negligência dos pais", escreveu ela. Segundo a legislação, o poder público e as instituições devem oferecer condições adequadas para o aleitamento.

"Se exclui o bebê, exclui a mãe que está com ele. Estou trabalhando para a sociedade ao criar uma pessoa. Valorizar as mães é garantir direitos. O acesso à educação deveria ser central. Dizem que a educação combate a desigualdade, mas estão praticando a desigualdade. Doeu ouvir da coordenadora que como não tenho com quem deixar, e por estudar a noite e não ter creche disponível, terei que 'repensar'. Repensar o quê?", criticou Melissa. "Se você é mãe e amamenta e não tem uma rede de apoio, esqueça de estudar, aqui não te cabe."

Ao UOL, Melissa contou que mora há sete meses na cidade com a filha e o noivo e que, por isso, não tem ninguém que possa ajudá-los no momento.

Faculdade responde

Em nota, a Faminas pediu desculpas à estudante disse que assumiu "o compromisso de não permitir, em hipótese alguma, que incidentes como este se repita na Faculdade."

A instituição informou que ficou sabendo sobre a situação com "muita surpresa e indignação" e que "a postura da faculdade sempre foi prezar pela educação e não mede esforços para incentivar e desenvolver a inclusão."

"Gostaríamos de esclarecer o seguinte: 1. A Faminas não compactua com tal posicionamento. Isso não faz parte das nossas diretrizes. 2. Não existe uma normativa interna que impeça as mães de trazerem seus filhos para a Faculdade. 3. Não existe uma normativa interna que impeça a vinda das crianças à Faminas. 4. Estamos tomando as medidas necessárias para que este tipo de situação não se repita na instituição. 5. A Faminas se familiariza com a dor da estudante e está em contato direto para que a situação seja solucionada, da melhor maneira possível", diz o comunicado.

Melissa comunicou ao UOL que entrou em acordo com a instituição.