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Julgamento do caso Tatiane Spitzner no Paraná é adiado para fevereiro

Luís Felipe Manvailer é principal acusado pela morte da advogada Tatiane Spitzner - Reprodução/Facebook
Luís Felipe Manvailer é principal acusado pela morte da advogada Tatiane Spitzner Imagem: Reprodução/Facebook

Camila Brandalise

De Universa

19/01/2021 12h12

Inicialmente marcado para dezembro de 2020 e adiado para o dia 25 de janeiro de 2021, o julgamento do professor de biologia Luís Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada paranaense Tatiane Spitzner em julho de 2018, ocorrerá no dia 10 de fevereiro, em Guarapuava (PR).

A mudança de data ocorreu para se adequar à agenda dos advogados da defesa. A equipe dos advogados de Manvailer, Cláudio Dalledone Junior e Adriano Bretas, foi procurada pela reportagem de Universa, mas não respondeu até a publicação deste texto.

Assistente da acusação, Gustavo Scandelari, da Dotti e Advogados, diz que a expectativa é de um julgamento longo. "Porém com o único resultado justo possível: a condenação do réu preso a uma pena alta", afirma.

A informação da alteração de data foi confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) no dia 24 de dezembro, quando o órgão divulgou também uma decisão contrária ao pedido da defesa para que o júri popular fosse feito em outra cidade. A sugestão foi Foz do Iguaçu (PR). O mesmo pedido já havia sido feito anteriormente e também foi negado.

Acusação de homicídio qualificado e fraude processual

A Justiça decidiu que Manvailer deverá ser submetido ao tribunal do júri por homicídio qualificado e fraude processual.

Uma das qualificadoras em questão é o feminicídio, uma vez que o crime foi cometido contra uma mulher e envolve violência doméstica, segundo a acusação. Vídeos em que ele aparece perseguindo e agredindo Tatiane reforçaram a tese usada pelo Ministério Público do Paraná na denúncia.

O MP também argumenta que houve motivo torpe (repugnante, desprezível), já que o desentendimento entre eles teria começado por causa de mensagens em redes sociais, meio cruel (asfixia) e impossibilidade de defesa da vítima por causa da superioridade física do réu.

Manvailer também é acusado de fraude processual por ter removido o corpo de Tatiane da calçada para dentro do apartamento, após sua queda da sacada, além de ter limpado marcas de sangue que ficaram nos corredores do prédio.

Para o homicídio qualificado, a pena de prisão vai de 12 a 30 anos. E, para fraude processual, de seis meses a quatro anos.

A defesa afirmou anteriormente que as acusações não procedem, que Tatiane se suicidou e que os vídeos em que Manvailer aparece agredindo a mulher foram manipulados.

O advogado Gustavo Scandelari lembra que, além de haver provas em vídeo das agressões de Manvailer, há um laudo comprovando que a causa da morte de Tatiane foi asfixia e dentro do apartamento.

Ele ainda ressalta que exames médicos comprovam que Tatiane tinha a saúde mental estável, o que deve descartar a possibilidade de suicídio "Um médico avaliou Tatiane poucos dias antes de ser brutalmente assassinada, atestando que estava plenamente saudável, sem nenhum sinal clínico de depressão. O réu preso nunca se manifestou sobre isso. Será certamente condenado", afirma Scandelari.