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Caso Tatiane Spitzner: júri é adiado após defesa testar positivo para covid

A advogada Tatiane Spitzner e o marido Luís Felipe Manvailer, acusado de feminicídio - Reprodução/Facebook
A advogada Tatiane Spitzner e o marido Luís Felipe Manvailer, acusado de feminicídio Imagem: Reprodução/Facebook

Camila Brandalise

De Universa

02/12/2020 14h49Atualizada em 03/12/2020 12h40

O julgamento do professor de biologia Luís Felipe Manvailer, único acusado pela morte da advogada paranaense Tatiane Spitzner em 2018, que começaria nesta quinta-feira (3), foi adiado pelo TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) após um dos advogados de defesa testar positivo para covid-19.

A informação foi confirmada na tarde de quarta-feira (2), em nota, pela equipe dos advogados de Manvailer, Cláudio Dalledone Junior e Adriano Bretas — no total, são oito advogados de defesa, e não há confirmação de qual deles contraiu a doença. A nova data será 25 de janeiro de 2021, às 9h.

Imagens de câmeras de segurança que chocaram o país em 2018 mostram o casal chegando ao apartamento em que viviam, e é possível ver Manvailer agredindo Tatiane por 15 minutos, até que ela some das imagens. A alegação do MP é de que ele a enforcou — um laudo do IML (Instituto Médico Legal) comprova a morte por asfixia mecânica — e a atirou da sacada.

Dois anos e quatro meses após a morte de Tatiane, Manvailer iria a júri popular em Guarapuava (PR), a 255 km de Curitiba, sob as acusações de homicídio qualificado e fraude processual.

Uma das qualificadoras em questão é o feminicídio, uma vez que o crime foi cometido contra uma mulher e envolve violência doméstica, segundo a acusação. O MP-PR (Ministério Público do Paraná) também argumenta que houve motivo torpe (repugnante, desprezível), já que o desentendimento entre eles teria começado por causa de mensagens em redes sociais, meio cruel (asfixia) e impossibilidade de defesa da vítima por causa da superioridade física do réu.

Manvailer também é acusado de fraude processual por ter removido o corpo de Tatiane da calçada para dentro do apartamento, após a queda, além de ter limpado marcas de sangue que ficaram nos corredores do prédio. Para o homicídio qualificado, a pena de prisão vai de 12 a 30 anos. E, para fraude processual, de seis meses a quatro anos.

Família de Tatiane pede cautela

Em nota sobre o adiamento do júri, a família de Tatiane Spitzner afirmou entender que "o assunto deve ser tratado com a maior cautela possível" e que "seguem confiantes no resultado" pela condenação de Manvailer.

"A família estava preparada e confiante no resultado condenatório do júri de Luís Felipe Manvailler, que deveria começar amanhã (3) em Guarapuava. No entanto, a notícia de contaminação por covid-19 de um membro da defesa de Manvailer foi imprevisível e levou à redesignação da data do júri", afirma o texto enviado à reportagem.