De pênis na axila a curtir bicho de pelúcia: estes fetiches podem chocar

Existem formas de prazer que muitas pessoas nem sequer conseguem imaginar - nem por isso, no entanto, elas deixam de ser válidas para quem as curte. Segundo especialistas, todos os comportamentos sexuais tidos como "anormais" quando confrontados com os comportamentos socialmente aceitos são parafilias.

Entram na lista os fetiches, por exemplo, e as práticas do universo BDSM. E não se tratam de perversão, nem de doença, mas de atitudes e fantasias específicas que nem sempre envolvem a relação sexual como ela é tradicionalmente conhecida.

É claro que algumas parafilias são consideradas criminosas do ponto de vista legal e moral, como a pedofilia e necrofilia, e exigem medidas e tratamentos cabíveis, mas aqui estamos falando de práticas em que os preceitos da sigla SSC (são, seguro e consensual) são seguidos à risca.

Feederismo

Consiste em alimentar alguém para que a pessoa ganhe peso ou em ser alimentado com o mesmo objetivo -ou as duas coisas ao mesmo tempo. Envolve não só o prazer sexual, como também o oral e as relações de dominador e dominado.

Fornifilia

Fingir que é um móvel enquanto tem relações, ou até mesmo se incorporar à mobília durante a transa. O parceiro permanece imóvel como uma peça de mobiliário. Em alguns casos, envolve a dobradinha dor x prazer.

Agalmatofilia

Sentir atração sexual por estátuas ou manequins e também por alguns objetos inanimados.

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Trampling

Prática sexual em que um parceiro pisa o outro, como se fosse um tapete. Comum nas cenas sadomasoquistas, em que muitas vezes a dominatrix usa sapatos de salto-agulha para pisar no submisso.

Plushofilia

Interesse sexual por bichos de pelúcia. Relaciona-se com a Autoplushofilia, que consiste em imaginar a si mesmo na forma de um animal de pelúcia.

CBT e "ballbusting"

CBT significa "Cock Ball Torture" (tortura do pênis e dos testículos, em tradução livre), enquanto "ballbusting" é, literalmente, golpear os testículos". A prática de receber chutes, tapas e apertões nas partes íntimas é bem excitante para alguns homens adeptos de BDSM.

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Clismafilia

É o uso erótico de enemas, ou seja, aplicação de líquidos e óleos perfumados ou não, geralmente aquecidos, no ânus ou vagina.

Hematolagnia

Ingerir ou observar o sangue do parceiro. O líquido pode ser fake ou não; se for real, os praticantes costumam fazer exames periódicos para evitar IST (infecções sexualmente transmissíveis). Tem a ver ainda com a parafilia Vampirismo, em que os adeptos se vestem a caráter ou replicam comportamentos de vampiro, como evitar a luz do sol.

Dacryfilia

Atração por choro. Embora sejam atraídos por lágrimas e angústia, os dacrífilos também gostam de proporcionar conforto a quem está chorando.

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Axilismo

Prazer ao esfregar o pênis nas axilas, simulando a penetração. O termo em inglês "bagpipe" (gaita escocesa de foles) é usado para significar descrever a excitação e até mesmo a ejaculação nas axilas por associação ao movimento que os foles da gaita têm sob o braço de quem a toca.

Misofilia

Excitação advinda de roupas sujas - em especial, calcinhas, cuecas e meias - ou de odores fétidos de ambientes imundos. Inclui também o prazer em cheirar absorventes íntimos usados.

Mumificação

Prática em que se enrola o parceiro com bandagens ou plástico (papel filme) para impedir os movimentos. Uma variação é a japonesa kokigami, que trata-se de colocar uma fantasia de papel ao redor do pênis. Tem a ver com bondage e imobilização e, por isso, exige consensualidade e regras, como o tempo em que a pessoa pode ficar nesse estados sem que haja risco à saúde.

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Simforofilia

Tipo de parafilia em que a atração sexual ocorre ao observar uma tragédia ou desastre, tanto da natureza como do cotidiano. Exemplos: acidentes de carro, incêndios, furacões. A pessoa também pode se sentir estimulada a fazer sexo em meio às destruições.

Fontes consultadas: Marcos Santos, psicólogo especialista em sexualidade humana da plataforma Sexo sem Dúvida, e Oswaldo Martins Rodrigues Jr., terapeuta sexual, diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade) e autor do livro "Parafilias - Das Perversões às Variações Sexuais" (Zagodoni Editora).

*Com matéria publicada em 25/04/2023

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