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MP denuncia empresário e amigo que filmaram mulheres fazendo ioga no Rio

Empresário Ricardo Roriz foi indiciado após expor mulheres que faziam ioga - Reprodução/Redes sociais
Empresário Ricardo Roriz foi indiciado após expor mulheres que faziam ioga Imagem: Reprodução/Redes sociais

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

14/10/2020 09h18

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o empresário Ricardo Roriz e o amigo dele Celso Lins Bastos pelos crimes de perturbação da tranquilidade e por ato obsceno após os dois participarem de um vídeo, com mensagem de cunho sexual, expondo mulheres que praticavam ioga na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio.

A denúncia, feita na sexta-feira (9) é da 2ª promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca do Núcleo Rio de Janeiro.

"Eles são acusados dos crimes de perturbação da tranquilidade, por terem importunado duas vítimas, e por ato obsceno, diante de gestos de cunho sexual que foram realizados e incentivados, cada qual com determinadas condutas", informou o MP.

A dupla foi denunciada à polícia pela advogada Mariana Maduro - que afirmou que não se pronunciará sobre o caso - e por uma outra mulher - que não quis se identificar.

As praticantes de ioga foram filmadas durante as acrobacias e os vídeos foram postados na internet com mensagens de cunho sexual. O caso ocorreu no mês de agosto. A dupla foi indiciada pela Polícia Civil em 17 de agosto.

De acordo com o advogado, Valdo Tavares, a defesa vai solicitar a aplicação da Lei 9.099 que é um direito para crimes de menor potencial ofensivo, onde não se discute culpa e pena.

"Não vai haver processo. Esse processo vai ser suspenso. É um direito do acusado. A vítima fez celeuma grande por um crime de menor potencial ofensivo. Não haverá punição com pena", afirmou Tavares.

"O que pode ocorrer é eles se submetam a algumas regras, essa proposta é feita em audiência. A defesa vai pugnar pela transação penal. Por exemplo: ele pode ser proibido de frequentar determinado local por um tempo, em outro caso, pode-se determinar que o acusado faça pagamento de cesta básica. Não que isso vá acontecer, mas são alguns exemplos do que pode ser determinado em um processo como esse. Essa caso é de menor potencial ofensivo", adicionou o advogado que defende o empresário e o ambulante.

Relembre o caso

As imagens foram gravadas pelo empresário Ricardo Roriz, que tem uma loja de artigos militares, e mostram uma conversa dele com um amigo ambulante, conhecido como Celsão.

Enquanto Mariana Maduro se prepara para fazer uma das posições do ioga, Celsão diz: "Ela tá plantando bananeira, vê se ela está plantando? A hora que ela plantar, eu vou tirar [foto] com a água para fazer anúncio da água". Ricardo, em determinados momentos provoca: "Ó lá o que é um velho tarado". Há ainda gestos alusivos a masturbação.

O vídeo de Roriz, que tem mais de 300 mil seguidores nas redes sociais, teve grande repercussão e chegou até Mariana. "Até quando ser mulher será sinônimo de ser objetificada, desrespeitada, violada? Vomitei assistindo a esse absurdo quando um amigo me alertou", publicou a advogada Mariana Maduro, na ocasião.