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Mulher diz ter sido barrada na porta de museu em Paris por decote da roupa

Museu de Orsay reabriu para visitação ao público no dia 23 de junho - Pierre Suu/Getty Images
Museu de Orsay reabriu para visitação ao público no dia 23 de junho Imagem: Pierre Suu/Getty Images

De Universa, em São Paulo

10/09/2020 20h55

Uma estudante francesa de literatura foi impedida de entrar no Museu de Orsay, em Paris, por conta de seu decote. Em desabafo exposto no Twitter, ela disse que foi orientada por uma funcionária a vestir um casaco que cobrisse seu colo e, só assim, conseguiu entrar no museu.

Jeanne, como ela se identifica em sua conta na rede social, disse que ficou surpresa com a hipocrisia do museu ao vetar seu decote sendo que expõe em seus quadros retratos de mulheres nuas.

"Lá dentro, fotos de mulheres nuas, esculturas de mulheres nuas, visitantes de costas descobertas, com o umbigo à mostra, mas todas magras e sem peito. Pergunto-me se me teriam deixado entrar sem problemas com algumas das roupas que aquelas mulheres estão usando", escreveu a estudante.

Antes de entrar no museu, ela disse à funcionária que "não queria vestir o casaco para não se sentir reduzida apenas ao seu peito."

"Não quero vestir o casaco porque me sinto derrotada, obrigada, tenho vergonha, me dá a impressão que estão todos olhando para o meu peito. Não sou mais do que o meu peito, sou apenas uma mulher sexualizada, mas quero entrar no museu", falou antes de vestir o casaco e entrar no museu.

Jeanne voltou a reforçar sua crítica à hipocrisia do museu no fim da carta publicada em seu Twitter.

"Não sou o meu peito, não sou um corpo, a sua duplicidade de padrões não deve ser obstáculo ao meu direito de acesso à cultura e ao conhecimento", afirmou.

Resposta do Museu

Depois que a denúncia de Jeanne viralizou, o Museu de Orsay publicou uma nota de esclarecimento em sua página oficial do Twitter.

"Soubemos de um incidente ocorrido com uma visitante quando ela entrou no Musée d'Orsay. Lamentamos profundamente e pedimos desculpas à pessoa afetada, com a qual já entramos em contato", disse o museu.