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Pesquisa mostra ausência de mulheres em cargos de liderança contra covid-19

Jacinda Arden, primeira-ministra da Nova Zelândia: recorde de popularidade por ação rápida durante a pandemia  - Getty Images
Jacinda Arden, primeira-ministra da Nova Zelândia: recorde de popularidade por ação rápida durante a pandemia Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

12/06/2020 09h42Atualizada em 12/06/2020 13h02

Uma pesquisa feita em 30 países mostrou uma ausência global de mulheres em cargos de liderança na resposta ao novo coronavírus. O levantamento feito pela organização humanitária Care International apontou que, em média, as mulheres constituem apenas 24% dos comitês de resposta nacionais.

O Canadá é o único país entre os 30 a liderar o grupo, com mais de 50% da equipe nacional de resposta ao coronavírus formada por mulheres. O Brasil, por sua vez, aparece como o país cujo comitê de nível nacional tem o menor percentual de mulheres: apenas 3,7%.

A pesquisa descobriu que países com uma liderança nacional mais equitativa em termos de gênero - conforme medido pelo WPI (Índice de Poder das Mulheres) do Conselho de Relações Exteriores - eram mais propensos a ter respostas de gênero do que países com menos liderança equitativa.

A França, com pontuação de 60, e a Etiópia, com pontuação de 51, tiveram mais respostas por gênero do que países como Estados Unidos ou Níger, com pontuação de 20 e 12, respectivamente.

"As mulheres estão carregando um fardo desproporcional nessa pandemia, mas em muitos países suas vozes são silenciadas. As mulheres compõem mais de 70% da força de trabalho global em saúde e assistência social, e muitas também enfrentam níveis crescentes de violência baseada em gênero durante as restrições de bloqueio", disse Sofia Sprechmann Sineiro, secretária-geral da Care International.

"Se os líderes mundiais estão realmente comprometidos em combater essa pandemia, precisam urgentemente da equidade de gênero. Não só palavras, mas ação real", acrescentou ela.