"Fui parar no hospital": em "A Fazenda", Nadja fala sobre apanhar por ciúme
Nadja Pessoa, mulher do cantor D’Black, tem chamado a atenção no reality show "A Fazenda". Recentemente, ela e a youtuber Luane Dias protagonizaram uma das brigas mais feias da edição, com direito a xingamentos e gritos.
As duas, no entanto, têm mais em comum do que imaginam. Há pouco tempo, durante uma votação ao vivo, Luane desabafou sobre os ciclos de violência doméstica na sua família, e ela própria contou ter apanhado de um ex-namorado. Agora, em conversa com Rafael Ilha, foi a vez de Nadja desabafar sobre as agressões que viveu.
Veja também
- Sem receio de falar sobre violência, Luane descreve agressão em A Fazenda
- 'Postura de piranha': por que a frase de Leo Stronda em A Fazenda ofende as mulheres
- 'Cheguei a me odiar', diz Luane sobre racismo na infância
De acordo com o relato da moça, o responsável foi um ex-namorado com quem manteve um relacionamento por quase cinco anos. A participante admitiu ter sido muito apaixonada por ele, que praticou as agressões repetidas vezes.
Em uma delas, segundo o que Nadja, precisou ser levada ao hospital. Como estava com hematomas no rosto, foi instruída pelo parceiro a dizer que havia “caído no banheiro”. O término, disse a empresária, só ocorreu depois de uma cena de ciúme em que foi puxada pelos cabelos.
Crime recorrente
“Infelizmente, o número de mulheres que sofrem agressões físicas e verbais no Brasil ainda é gigantesco”, afirma Paula Renata D'Elia, psicóloga especialista em violência doméstica. A profissional cita os dados divulgados pelo Instituto Maria da Penha: a cada sete segundos, uma mulher é vítima de violência física no país.
Ciúme é só a ponta do iceberg
“Tanto o ciúme quanto o alcoolismo ou uso de outras drogas não são considerados a causa primária das agressões”, esclarece Paula. A especialista defende que, por trás dessas motivações, está a ideia de que a mulher precisa ser submissa às vontades do homem. “Por isso muitos dizem que estão dando um ‘corretivo’ ou que só partem para a violência porque sentem ciúme e que, se não as amassem, não teriam esse sentimento”, exemplifica.
Desta maneira, a responsabilidade passa do agressor para a vítima, que acredita ter provocado a situação –"E carrega consigo o sentimento de culpa", conclui.
Rompimento conturbado
Pelo relato de Nadja, apesar da demora em tomar a decisão de acabar o relacionamento, o término ocorreu sem complicações. No entanto, a especialista acredita que casos como esse são raros. “Em geral, existem vários pequenos rompimentos e tentativas frustradas de sair do ciclo de abusos”. Isso porque a mesma pessoa que comete as agressões é aquela que oferece conforto à vítima em outros momentos. “Muitos homens dizem que estão arrependidos e prometem mudar”, diz.
Além da dependência emocional, boa parte das mulheres fica com a autoestima rebaixada e acaba se isolando da rede de amigos e familiares, o que dificulta o processo. “É preciso que as mulheres voltem a se enxergar como protagonistas de suas histórias para que possam dar o primeiro passo em direção ao término”, conclui.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.