Homem confessa morte de namorada, mas é liberado devido a lei eleitoral
A polícia do Rio de Janeiro até chegou a encontrar o suspeito de matar a técnica de enfermagem Vanessa Ribeiro, 38. Nesta terça (22), o namorado da vítima confessou o crime.
Apesar disso, Evandro Herculano, 35, foi liberado e saiu pela porta da frente. O suspeito não foi preso devido à lei eleitoral, que não permite prisões até cinco dias antes das eleições.
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Segundo o Código Eleitoral, ninguém pode ser no período. A determinação é válida até 48 horas após o término do pleito. Durante estes dias, a lei permite somente prisões em flagrante.
Em depoimento, Evandro diz ter usado uma faca de churrasco para matar Vanessa após uma discussão na casa onde moravam. A técnica em enfermagem chegou a ser levada para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, mas não resistiu aos ferimentos.
Vanessa coordenava o setor de enfermagem da pediatria no Hospital Pedro II, na zona oeste carioca. O suspeito responderá por crime de feminicídio, que eleva a pena para assassinatos frutos de ódio contra a mulher ou consequência de violência doméstica. A pena pode chegar a 30 anos.
A polícia militar informa que retomará as buscas pelo suspeito. O paradeiro de Evandro havia sido descoberto por meio de uma denúncia anônima.
Código Eleitoral livrou suspeito
O artigo que livrou Evandro é o de número 236 do Código Eleitoral. O texto foi sancionado por Castello Branco, em 1965, para manter uma fachada democrática ao regime recém imposto. Cerca de dois meses após a sanção do código, Castello impôs o Ato Institucional 2, que baniu partidos políticos e impôs eleições indiretas para presidente e vice-presidente da República.
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