'Fui madrinha com um vestido de R$ 25', diz mulher que só compra em brechó

Há três anos, a designer e produtora de conteúdo Ana Mastrochirico,30, só usa roupa de brechó. Acostumada a ouvir que o local é sujo e só tem coisa velha, ela afirma que é, nesse tipo de loja, que encontra seus maiores “tesouros”.
“Fui madrinha de casamento, linda e poderosa, com um vestido que paguei R$ 25, e ninguém dizia que era de brechó”, conta.
A seguir, Ana fala sobre sua preferência por “roupas de vovó” e diz como se mantém bem-vestida com peças de segunda mão.
“Detestava comprar roupa nessas lojas fast fashion e ver outra pessoa com a mesma peça. Eu me questionava por que todo mundo tinha de se vestir igual. Isso me incomodava demais.
Veja também:
- Moda evangélica: não tem crise econômica para blogueiras e marcas cristãs
- Como limpar, conservar e guardar cada tipo de sapato, do couro ao tecido
- Verão na cidade? Veja dicas de como se vestir para driblar o calorão
Comecei a ir em bazares beneficentes e achar coisas bem diferentes, que ninguém mais tinha. O fato de serem roupas usadas nunca foi um problema para mim.
Já tinha essa experiência por causa das peças que pegava da minha avó, da época em que ela ia para bailes e dançava tango. Adorava provar e ver como ficavam em mim. Até hoje, o que mais gosto de garimpar são ‘roupas de vovó’. Tenho um vestido de linho com ombreiras, da década de 1980, que me sinto muito bem toda que vez que uso.
Foi para provar isso que criei, em 2015, o projeto #365diasdebrecho. Inicialmente, a ideia era só para aquele ano, mas, à medida que fui estudando sobre consumo consciente, descobrindo-me e economizando, tornou-se algo tão natural, que até hoje vivo de roupa usada.
Já visitei dez brechós em um único dia, e mais de cem, em toda a minha vida"
Quando vou ao brechó, é sempre uma caça ao tesouro. Fui madrinha de casamento, linda e poderosa, com um vestido que paguei R$ 25, e ninguém dizia que era de brechó.
A pior foi uma calça de linho, que paguei R$ 2. Tinha certeza de que ela ia ficar linda e chique em mim. Quando provei em casa, a peça não me serviu. Fiquei muito frustrada. Após garimpar as roupas, lavo, passo e coloco no armário. Cada peça ‘nova’ que entra, tiro uma minha para doar ou vender.
Em 2016, como não arranjava emprego por causa da crise, uni minha habilidade de garimpar com a experiência de vendedora, e passei a vender roupas usadas pelo Instagram.
Nunca sofri preconceito pelas minhas escolhas, pelo contrário, as pessoas me elogiam bastante. Já fui parada na rua por uma mulher que queria saber aonde eu havia comprado a calça que estava usando. Sempre respondo que é peça de segunda mão.
Sinto liberdade de não precisar mais usar o que a moda impõe. Visto o que gosto e o que fica bom no meu corpo. É algo que adaptei na minha vida e pretendo seguir para sempre.”
Dicas da Ana para comprar em brechó

ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.