De índios a orixás, marcas da SPFW investem na brasilidade para o verão
Uma das tendências mais fortes apresentada nesta edição da SPFW não foi uma peça ou acessório, mas sim a valorização dos elementos nacionais. De tecidos a inspirações, muitas marcas apostaram no DNA brasileiro na hora de elaborar a coleção para o Verão 2016. No entanto, o resultado das peças não é clichê ao investir no regionalismo, já que os estilistas encontraram o ponto de equilíbrio entre o global e o local.
A Cavalera foi quem lançou a proposta logo no primeiro dia do evento. A marca conhecida por sua pegada rocker levou uma tribo indígena para a sua apresentação, que aconteceu em uma área externa do Parque Cândido Portinari. No dia seguinte, foi a vez da Osklen, de Oskar Metsavaht, fazer sua leitura particular sobre o universo indígena. A marca apresentou uma coleção minimalista, em que usou apenas branco, preto, nude e vermelho, em formas amplas e rígidas, para homenagear a tribo amazônica Ashaninka. Já Isabela Capeto e Têca foram buscar inspiração nos orixás e no candomblé.
Trabalho artesanal
Mas a brasilidade não ficou restrita apenas a figuras e entidades brasileiras. Tecidos e tramas tipicamente do país também ganharam destaque nesta edição. O ponto de partida da estilista Paula Raia foram as redes de pesca e os materiais da coleção foram apresentados em estado natural --já que não passaram por processos químicos. Ronaldo Fraga, inspirado nas sereias e nas águas do mar de João Pessoa (PB), também apresentou roupas que imitavam redes.
A marca de moda praia Água de Coco, por Liana Thomaz, foi outra que investiu nas particularidades nacionais, resgatando a cultura artesanal do Ceará, em estampas, modelagens e tecidos. Já Lenny Liemeyer levou tramas de corda à passarela da SPFW. A Iódice, por sua vez, fez uma coleção inspirada no Nordeste, apresentando roupas repletas de renda, tecido tão usado pelas baianas.
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