Exposição reúne peças, cartas e documentos de Zuzu Angel

No dia 1º de abril, data em que o golpe militar brasileiro completou 50 anos, o Itaú Cultural inaugurou a "Ocupação Zuzu", uma série de homenagens à estilista Zuzu Angel, que além de seu trabalho pioneiro na moda, ficou conhecida internacionalmente pela busca de seu filho desaparecido durante a ditadura.
Como designer, Zuzu revolucionou a moda brasileira, incorporando elementos da nossa cultura e folclore às suas criações. Ela fazia vestidos de noiva com as rendas do Nordeste, confeccionava peças bordadas com conchas, bambu e madeira e estampava anjos, pássaros e borboletas.
Com essas características bem alegres e brasileiras, as roupas de Zuzu começaram a fazer sucesso no exterior e ela chegou até a promover alguns desfiles nos Estados Unidos.
Mas ela só ficou mundialmente famosa mesmo quando o seu filho mais velho, Stuart, estudante de economia, desapareceu misteriosamente durante a ditadura. A partir daí, Zuzu iniciou uma luta feroz contra o regime e chegou a escrever cartas pedindo ajuda das autoridades norte-americanas.
Em meio a isso tudo, ela decidiu realizar um desfile-protesto no consulado brasileiro em Nova York. A coleção mostrada trazia manchas vermelhas, simbolizando o sangue, e soldados, aviões e tanques de guerra estampados. Depois da apresentação, Zuzu chegou aos noticiários e manchetes dos principais jornais canadenses e norte-americanos.
Em 1976, a estilista morreu em um acidente de carro, saindo de um túnel, no Rio de Janeiro, colocando fim à sua busca incessante pelo filho desaparecido e à sua luta contra a ditadura. Muitos anos mais tarde, em 1998, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos, julgou o caso e reconheceu que a morte de Zuzu tinha sido criminosa, cometida pelo regime militar.
Na mostra promovida pelo Itaú Cultural - que tem curadoria de Hildegard Angel, filha de Zuzu, jornalista e criadora do Instituto Zuzu Angel, e Valdy Lopes Jn - estão presentes mais de 400 itens, entre vestidos, croquis, objetos, fotos, cartas, documentos e manuscritos que pertenciam à estilista. A "Ocupação Zuzu" pode ser vista até o dia 11 de maio.
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