"Jamais usaria pele", diz a atriz e ativista Olivia Wilde
Quando não está atuando em grandes produções cinematográficas ou atravessando tapetes vermelhos, a atriz norte-americana Olivia Wilde costuma dividir o seu tempo entre trabalhos voluntários em países como o Haiti e Quênia e a divulgação de um estilo de vida mais consciente. E isso também vale para a moda.
“Amo roupas, e não há necessidade de parar de comprar ou deixar de gostar de moda para viver com a consciência limpa”, afirma Olivia, famosa pela série "House" e pelos filmes "Tron" e "Cowboys e Alienígenas", em entrevista ao UOL na tarde desta terça-feira (26), durante passagem por São Paulo para o lançamento de uma campanha para a marca brasileira Bo.Bô.
A atriz de 28 anos acredita que é possível consumir de maneira consciente, e que cabe a cada um exigir mudanças do mercado. “É importante para os consumidores entenderem o seu poder e que, quando você paga por algo, você está apoiando as políticas daquela empresa”, diz. No ano passado, por exemplo, ela lançou uma bolsa em parceria com a marca Alternative Apparel, que teve renda revertida para uma escola secundária em Porto Príncipe, no Haiti, construída pela ONG Artists for Peace and Justice, da qual integra a mesa de diretores. Além do trabalho para a instituição, ela faz parte do grupo de conselheiros do Ryot.org, site que relaciona notícias e causas beneficentes.
Simpática e bem articulada, fruto da criação dentro do cenário político norte-americano – seus pais são jornalistas investigativos e viviam em meio à sociedade de Washington –, a atriz afirma que jamais vestiria pele animal e procura encorajar empresas que adotam políticas sustentáveis, como doar parte de seu lucro para organizações não-governamentais, praticar o “fair-trade” (comércio solidário) e usar materiais sustentáveis. Mas admite falhas em seu próprio papel como consumidora: “Eu como peixe e queijo, e uso couro. Então, não sou, de maneira alguma, perfeita”.
A atriz Olivia Wilde e sua amiga Barbara Burchfield mostram a bolsa Message Bag criada por elas em parceria com a marca Alternative Apparel. Olivia veio ao Brasil acompanhada por Barbara e uma equipe de beleza
A viagem de Olivia ao Brasil foi acompanhada por uma equipe de beleza, que fazia questão de checar cabelo e maquiagem a cada sessão de fotos com a imprensa. O grupo, composto por cabeleireiro e maquiadora, está ao seu lado sempre que possível para aparições e eventos oficiais.
A preocupação com a aparência muda quando se trata da “vida real”. Ela conta que no início da fama, quando os paparazzi começaram a tirar fotos suas na rua, surgiu um estresse de ter de sair de casa sempre maquiada. “Mas você tem de tocar a vida e ignorar o que está em volta. Não ligo mais. Isso enlouquece muita gente, e não quero ser uma delas”, ensina.
A maturidade, de acordo com a atriz, é positiva também quando o assunto é estilo pessoal. “Aprendi o que fica bom no meu corpo, e isso é algo que acontece ao poucos à medida que você evolui. Curto ficar mais velha e entender a moda melhor para o meu corpo”, diz. E o que fica ruim em Olivia? “As calças tipo ‘baggy’”.
De olho nas brasileiras
Esta é sua segunda visita ao Brasil - a primeira foi para uma filmagem há oito anos-, e o retorno já está nos planos. No entanto, as praias ou belezas naturais do país passam longe da agenda da atriz. “Devo voltar no ano que vem, pois o Brasil está entre os países que farão parte de um documentário que estou ajudando a produzir”, conta. A filmagem integrará o segundo capítulo de “Half the Sky: Transformando opressão em oportunidade para mulheres em todo o mundo”, documentário que estreou no canal público norte-americano PBS no fim de 2012 e conta histórias inspiradoras de mulheres em países em desenvolvimento.
“Existem tantas organizações ótimas aqui, especialmente em relação a mulheres. Quero aprender mais sobre isso, então se tudo der certo viremos filmar parte do documentário”, afirma.
Médica de mentirinha
Apesar de gostar de trabalhar com a educação, especialmente para crianças, e entender os efeitos positivos dela nos países em desenvolvimento, Olivia Wilde gostaria de ter outros treinamentos específicos. “Queria muito poder ser uma voluntária na área de saúde, mas sou apenas uma médica de mentirinha. Se eu tivesse um treinamento real de medicina, acho que eu poderia ter sido um ser humano mais útil”, diz.
Anonimato X poder da internet
Uma das razões que fazem Olivia voltar constantemente a países mais pobres, afastados do mundo de Hollywood, é o anonimato. “A fama não significa nada nesses lugares. Ninguém sabe quem eu sou no Haiti ou Quênia, e adoro isso”, diz.
A internet, segundo ela, é a principal responsável por disseminar a cultura da fofoca pelo mundo. “Não consigo imaginar como é ser alguém no nível de uma Beyoncé - provavelmente não sobrou nem um lugar na Terra onde ela possa ser anônima”, afirma. Olivia cita uma conversa que teve, durante uma de suas viagens, com uma menina da zona rural do Quênia que disse gostar de Beyoncé. A garota não só conhecia as músicas da cantora como sabia que ela estava grávida de sua primeira filha – notícia que tinha acabado de ser divulgada.
“Eu estava no meio do nada no oeste da África, e a máquina da fofoca tinha chegado lá!”, lembra a atriz. “Isso mostra o poder da internet. É uma coisa assustadora para as celebridades, mas algo benéfico para quase todas as outras indústrias, porque pode disseminar muita informação e educação”, conclui.
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