Cosméticos de luxo: entenda o que faz um produto custar uma pequena fortuna
Não há dados que mostrem como anda nem quanto movimenta o mercado de cosméticos de luxo no Brasil. Mas levando em conta as opções aqui levantadas pela equipe de reportagem, é de supor que vai tudo muito bem, obrigada. E para quem se revolta com o valor desses produtos, que atingem fácil os quatro dígitos e chegam a custar o mesmo que uma viagem de uma semana para Nova York, com passagem aérea e hotel incluídos, vale saber que para calcular a pequena fortuna que será colocada na etiqueta do produto as empresas levam em conta o peso da grife, o glamour e o status gerados por ela e, claro, o investimento em pesquisa e publicidade.
“Para criar um cosmético de luxo a empresa deve adotar uma série de cuidados, que vão desde a escolha de uma embalagem sofisticada e surpreendente até o uso de fragrância e ingredientes exclusivos”, diz o farmacêutico e cosmetólogo Maurício Pupo, de Campinas, interior de São Paulo, presidente da Sociedade Brasileira de Cosmetologia. Ele conta que na Itália, por exemplo, é comum encontrar cremes elaborados com ouro, diamante ou platina e fragrância de perfumes consagrados, embalados em frascos desenhados por estilistas renomados. “Além disso, esses produtos são colocados à venda em lojas selecionadas, como a La Rinascente, em Milão, que dedica um setor inteiro a cosméticos que custam mais de 600 euros, o equivalente a 1.570 reais; ou nas próprias casas das grifes, situadas na requintada Via Montenapoleone, onde circulam algumas das pessoas mais ricas do mundo”, completa Maurício Pupo. Em lugares como esses é possível encontrar o anti-idade de uso noturno La Creme U, da Clé De Peau, por cerca de 2.170 reais; e o The Concentrate, da La Mer, capaz de melhorar a aparência de cicatrizes, por 375 dólares, ou 750 reais.
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- http://mulher.uol.com.br/beleza/enquetes/2012/11/12/quanto-voce-costuma-pagar-por-um-cosmetico.js
Se o caro tem mais chances de ser mais eficaz do que o barato? “Sim, pois no valor estão embutidos anos de pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias e texturas, bem como o pioneirismo e o lançamento de tendências, que depois serão seguidos e copiados por outras marcas. Além disso, é fato que para diminuir o custo dos produtos algumas empresas usam ingredientes menos nobres e menos concentrados”, diz a dermatologista Fernanda Casagrande, de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Segundo a médica, quem estiver interessada em experimentar uma joia em forma de creme deve ficar atenta se ele é indicado para o seu tipo de pele. “Tive uma paciente que comprou um cosmético de 2.500 dólares, ou seja, quase 5 mil reais, que acabou causando acne no rosto todo. Levamos três meses para consertar o estrago”, conta Fernanda.
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