Para enfrentar concorrência estrangeira, empresários da moda defendem incentivos para o setor
Como única possibilidade de sobreviver à concorrência mundial de produtos e marcas estrangeiras, empresários da moda defendem a prorrogação da Lei da Moda até 2018, no Rio de Janeiro, e maior redução de impostos como o ICMS do setor têxtil para estimular a cadeia produtiva e atrair mais empreendimentos para o estado.
O tema foi discutido, nesta quinta-feira (24), por cerca de 30 empresários durante o Fashion Business, salão de negócios que acontece em paralelo ao Fashion Rio, no Rio de Janeiro.
Lei da Moda revitaliza o setor
Conhecida como a ‘Lei da Moda’, a lei estadual 4.182 está em vigor desde 2003 e tenta revitalizar o setor ao reduzir a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 19% para 2,5% sobre o faturamento mensal. Segundo os empresários, com o término da lei previsto para 2013 corre-se o risco de fazer com que a moda no Rio de Janeiro perca força e não consiga sobreviver em meio à avalanche de importados vindos da China e Índia com custos de produção e carga tributária menor.
Além de prorrogar a validade da redução da taxa até 2018 para acalmar os ânimos dos empresários e garantir maiores investimentos na produção e venda, o ramo também pleiteia incluir na legislação o fim do limite de fabricação própria, atualmente fixado em 70%.
Rio tem 10 polos de moda
O estado do Rio de Janeiro conta com 10 polos de moda, que agregam cerca de 3.000 empresas e geram aproximadamente 51 mil empregos diretos, somente na indústria de transformação, e mais de 90 mil empregos em toda a cadeia produtiva.
Dados recentes da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) mostram que a indústria da moda no Rio cresceu 130% na última década, aumentando também sua presença na exportação passando de 3,59% para 13,27%.
Desde 2006, três anos após a Lei da Moda ter entrado em vigor, o Estado passou a ocupar a terceira posição no ranking nacional exportador, enquanto os dois primeiros colocados, Santa Catarina e São Paulo, tiveram retração de 52,3% e 20,3%, respectivamente, no mesmo período.
“A lei vem estimulando a produção de moda no Estado. O Rio chegou a quase zero da produção nacional de moda e agora se reergue. Queremos estimular toda a cadeia e a economia”, afirmou o deputado André Corrêa (PSD), autor da lei.
Para Isio Speiski, diretor do grupo Sacada, Oh,Boy! e Addict, esta será de fato a “única possibilidade de sobrevivência das empresas do Rio de Janeiro frente à concorrência”, pois grupos internacionais do segmento estão desembarcando no Brasil com escala de produção mundial.
Já Sergio Feldman, diretor da marca Afghan, a moda no Rio vai ter maior competitividade. “A moda carioca vem ocupando lugar de destaque no mercado brasileiro e esta lei tem ajudado no crescimento da indústria local”, afirmou.
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