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Estação da Luz é palco de desfile em faroeste urbano neste domingo

Estação da Luz em registro de 2008, na sua segunda série de reformas - Gustavo Dittrichi/Divulgação
Estação da Luz em registro de 2008, na sua segunda série de reformas Imagem: Gustavo Dittrichi/Divulgação

Ricardo Oliveros

Do UOL, em São Paulo

22/01/2012 06h56

A marca Cavalera tem a tradição de escolher lugares inusitados de São Paulo para apresentar seus desfiles, como aconteceu no Museu do Ipiranga, às margens do rio Tietê, na Galeria do Rock e no Minhocão. Neste Inverno 2012, a Estação da Luz foi a escolhida para ser palco da nova coleção neste domingo (22).

Para  o tema da coleção “Faroeste Urbano”, a Cavalera quis criar “uma imagem da cidade empoeirada pela poluição, com carros desgovernados nas ruas e pedestres de múltiplos lugares, que vão de executivos a mendigos. Cidadãos observam os que estão em volta como se fossem forasteiros, com um ar dos clássicos dos filmes de faroeste”.
 
 
Estação da Luz é um dos símbolos do crescimento de São Paulo
 
Um dos marcos arquitetônicos do período cafeeiro paulista, a Estação da Luz como conhecemos hoje foi inaugurada em 1º de março de 1901, ocupando 7,5 mil m² do Jardim da Luz, onde se encontram as estruturas trazidas da Inglaterra que copiam o Big Ben e a abadia de Westminter, aquela do casamento real entre Kate Middleton e o príncipe Willian.
 
Em 1946, o prédio da Luz foi parcialmente destruído por um incêndio, e sua reconstrução se estendeu até 1951. Nas décadas de 1990 e 2000, passou por uma série de reformas, uma delas feita pelo renomado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que adaptou parte da estação para ser a sede do Museu da Língua Portuguesa. O complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tombado em 1982 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat).
 
Projeto Nova Luz prevê uma grande intervenção urbanística
 
Desde 2004, a área que envolve a estação é local do Projeto Nova Luz, que prevê a requalificação urbana do polígono formado pelas avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias, Cásper Líbero e rua Mauá.
 
De acordo com reportagem publicada no jornal "Valor Econômico" nesta sexta (20), “o projeto prevê a concessão por 15 anos de área de 529 mil metros quadrados no centro paulistano para um grupo imobiliário investir em revitalização com a restauração de fachadas, melhoria no sistema viário, áreas verdes, entre outras intervenções”.
 
O projeto tem sido objeto de polêmica entre urbanistas por considerarem que o modelo de intervenção privilegia a especulação imobiliária e que não foi definido o destino dos moradores de rua e dependentes de droga da área conhecida como Cracolândia.